Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

MG deve receber em R$ 8 bi por impostos que deixou de arrecadar

Acordo tenta ressarcir os Estados do prejuízo que tiveram ao deixarem de receber valores sobre exportação devido à lei conhecida como "Kandir"

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Dinheiro não tem data para cair nos cofres públicos
Dinheiro não tem data para cair nos cofres públicos Dinheiro não tem data para cair nos cofres públicos

Minas Gerais deve receber R$ 8,7 bilhões em compensação pelo valor que deixou de arrecadar de impostos com a exportação de commodities primárias, como o minério de ferro, devido a uma lei federal conhecida como Lei Kandir, aprovada em 1996.

O valor foi definido em um acordo firmado entre a União e os Governos Estaduais, na ação que acompanha o caso no STF (Supremo Tribunal Federal). De acordo com a Sef (Secretaria de Fazenda de Minas Gerais), o Governo Federal deve repassar aos Estados quase R$ 65 bilhões.

O dinheiro, no entanto, ainda não tem data para cair nos cofres públicos, uma vez que o repasse agora depende de aprovação do Congresso Nacional e, em seguida, sanção presidencial.

De acordo com o Governo de Minas, o acordo prevê que os R$ 8,7 bilhões vão ser depositados entre os anos de 2020 e 2037, mas nem tudo será destinado ao caixa do Estado.

Publicidade

Aproximadamente R$ 6,5 bilhões, ou seja, 25% do valor deverão ser entregues aos municípios, seguindo o percentual que as prefeituras devem receber da arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

Segundo a equipe econômica de Romeu Zema, mesmo se o dinheiro for depositado imediatamente, ele não vai ser suficiente para suprir o rombo no caixa do Estado. As estimativas apontam que o Governo de Minas deve fechar 2020 com o orçamento com R$ 20,8 bilhões negativos. O dinheiro prometido para o primeiro ano do ressarcimento da Lei Kandir chegaria a pouco mais de R$ 1,2 bilhão.

Publicidade

“Se pensarmos que o repasse de recursos inerentes ao acordo depende de aprovação no Congresso, num curto prazo, não temos alteração do que já foi apresentado na coletiva da última sexta-feira. Quanto a normalizar o fluxo de caixa, essa possibilidade não existe, mesmo com todas as entradas previstas em seu melhor cenário”, destacou o Governo de Minas em nota.

Lei Kandir

Publicidade

A Lei Complementar 87, sancionada em 1996, durante o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso, que ficou mais conhecida como Lei Kandir, isentou o pagamento de ICMS sobre exportações de commodities, como o minério de ferro. A medida resultou em uma perda de arrecadação bilionária a Estados exportadores, como Minas Gerais, Pará e Rio Grande do Sul.

O ressarcimento dos valores foi uma das principais pautas da ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais) no último ano para ajudar o Governo do Estado a sair do vermelho.

Veja a íntegra da nota do Governo de Minas:

“O Acordo não tem a pretensão de sanar a situação financeira do Estado, que se encontra estruturalmente comprometida. O valor a receber, no melhor cenário, será de R$ 1,216 bilhão no primeiro ano, após aprovação de Lei no Congresso Nacional. Esse valor está longe de equacionar as finanças do Estado. Somente para 2020, caso se confirme a queda de 4% no PIB nacional, a estimativa é de um déficit de R$ 20,8 bilhões. Mesmo acrescentando o valor do auxílio da União – R$ 750 milhões nos próximos quatro meses – previsto no PLP 39/2020 a ser sancionado pelo Presidente da República, Minas Gerais ainda fechará o ano com déficit.

A prioridade do governador Romeu Zema tem sido pagar os salários atrasados, tão logo os recursos entrem no caixa do Tesouro. Se pensarmos que o repasse de recursos inerentes ao acordo depende de aprovação no Congresso, num curto prazo, não temos alteração do que já foi apresentado na coletiva da última sexta-feira. Quanto a normalizar o fluxo de caixa, essa possibilidade não existe, mesmo com todas as entradas previstas em seu melhor cenário. Isso só será possível quando conseguirmos promover mudanças estruturais nas despesas e receitas do Estado. Com relação à dívida, não há alteração da situação atual.”

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.