Falsa enfermeira culpa empresários por vacinação falsa contra Covid-19 em MG
Após três anos, Justiça ouviu a acusada de aplicar imunizante falso quando o medicamento era restrito
MG Record|Do R7
Uma nova audiência do caso envolvendo Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas, conhecida como a "falsa enfermeira"de suposta fraude de vacinação contra a covid-19, foi realizada nesta quarta-feira (04), em Belo Horizonte. O caso, que ganhou repercussão em março de 2021, envolveu a aplicação de supostos imunizantes em empresários e políticos que tentavam furar a fila da imunização.
Na audiência, uma testemunha foi ouvida, enquanto outra foi dispensada. Em seguida, Cláudia foi interrogada, seguida por depoimentos de seu motorista e do filho. A mulher negou os crimes e alegou que apenas prestava serviço aos empresários, afirmando que eles já a conheciam de campanhas anteriores de vacinação. Ela disse que apenas aplicava as doses e que os imunizantes já estavam disponíveis nos locais, além de alegar que, inicialmente, não sabia que se tratava de vacinas contra a COVID-19. Cláudia também afirmou que os empresários negociavam os valores e organizavam as listas das pessoas a serem vacinadas.
A filha da acusada optou por permanecer em silêncio, e o último a depor foi o marido de Cláudia, que negou ter conhecimento das atividades da esposa.
O esquema foi descoberto após moradores de Belo Horizonte flagrarem uma movimentação suspeita em uma garagem de ônibus na região noroeste da capital. Na época, o portal R7 divulgou imagens em primeira mão, onde Cláudia aparecia retirando seringas de uma caixa térmica para realizar as aplicações. Segundo a Polícia Federal, ela cobrava R$ 600 por dose de um medicamento falso, e na casa dela foram encontrados seringas e soro fisiológico.
Cláudia, que é na verdade cuidadora de idosos, foi indiciada em fevereiro de 2022 por estelionato, associação criminosa, ocultação de bens e falsificação de documentos. Ela, seu filho e seu genro chegaram a ser presos, mas foram liberados e respondem ao processo em liberdade.
Ainda não há uma data definida para o julgamento.
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