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MG tem média de 11 feminicídios por mês até novembro de 2020

Estado registrou, no mesmo período, 134 mil ocorrências de violência doméstica; número de casos teve redução

Minas Gerais|Regiane Moreira, da Record TV Minas

Minas Gerais registrou, entre janeiro e novembro deste ano, 122 assassinatos de mulheres - uma média de 11 crimes por mês. Os dados são da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Estado). Os casos registrados em dezembro ainda serão levantados pela pasta.

O número está abaixo dos 129 casos registrados no mesmo período de 2019, mas especialistas alertam que a situação pede atenção. Para o psicólogo e psicanalista Marcell Santos, os homens matam mais que as mulheres por causa da cultura machista da sociedade.

— Quando uma mulher diz que o homem em questão não é mais seu objeto de desejo, ele acaba tendo seu narcisismo ferido. Alguns homens vão preferir falar sobre si mesmo, enquanto outros vão recorrer a atos violentos, seja física ou verbal.

Entre janeiro e novembro deste ano também foram registradas mais de 134 mil ocorrências de violência doméstica no Estado, reduzindo aproximadamente 3.000 casos em comaparação ao mesmo período de 2021.


Embora o balanço ainda não considere os casos de dezembro, o último mês do ano terá mais registros. Um deles será o da morte Camila Miranda Bandeira, de 32 anos, assassinada a facadas, na frente dos filhos, em Três Corações, a 287 km de Belo Horizonte. O suspeito do crime é o próprio marido da vítima.

Conflitos


Em um destes crimes, uma mulher que prefere não se identificar resolveu denunciar as agressões psicológicas e físicas cometidas pelo marido por mais de 20 anos. A vítima, que foi expulsa de casa após recusar dividir o homem com uma amante, conta que foi ameaçada até por parentes do marido.

— Eu não tinha paz. Até a mãe dele e as filhas me xingavam. Chegaram a proibir visitas na minha casa para ninguém ver as agressões.


MG teve 134 mil casos de agressão contra mulher
MG teve 134 mil casos de agressão contra mulher

O psicólogo Marcell Santos acredita que uma mudança significativa na sociedade só pode acontecer a longo prazo. Ele indica que o principal quesito a ser trabalhado é a estabilidade emocional dos homens.

— Uma mudança real demora 100, 150 anos. É possível também mudar cada sujeito, permitir que ele fale sobre seus sentimentos e veja a palavra como uma saída.

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