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Minas Gerais tem ao menos 22 detentos com covid-19

Apenas na Penitenciária de Pompeu, a 168 km de BH, oito presos foram diagnosticados com a doença; primeiro caso em presídio foi há 43 dias

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Celas são desinfectadas para evitar novas contaminações
Celas são desinfectadas para evitar novas contaminações

Passados 43 dias do primeiro caso de covid-19 dentro de um presídio do Estado, Minas Gerais tem ao menos 22 detentos infectados com o novo coronavírus. Os dados são da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).

De acordo com a pasta, ainda não há registro de mortes de presos provocadas pela doença que tem se espalhado pelo Estado. Entre os últimos casos confirmados, estão os de seis detentos do Presídio de Pompeu, a 168 km de Belo Horizonte.

Fernanda Cordeiro, secretária de saúde da cidade, explica que a prefeitura começou a testar todas as pessoas da unidade após dois presos transferidos da Penitenciária de Bom Despacho serem diagnosticados com covid-19.

Os homens tiveram contato com uma pessoa também infectada antes da transferência. O resultados dos exames indicaram mais seis presos e um agente penitenciário doentes. A secretária destaca, contudo, que o número pode ser maior.


— Essa investigação ainda não se encontra concluída. Há cerca de 80 detentos para serem testados. 

Segundo a Sejusp, todos internos que apresentam algum sintoma do novo vírus são isolados de "imediato". Nas unidades onde há confirmação de casos, as celas são desinfectadas e os demais detentos passam a usar máscaras de proteção.


O risco aos quase 70 mil presos fez o Governo do Estado adotar uma série de medidas para tentar conter a doença entre a população carcerária. A primeira delas, logo no início da pandemia, foi suspender todas as visitas. Agora, os presos só conversam com os parentes por cartas, ligações telefônicas e chamada de vídeo, no caso das unidades que têm o equipamento disponível.

Leia também: Uso de contêineres para separar presos com covid é proibido


No mês de março, uma portaria conjunta da Sejusp e do TJMG (Tribunal de Justiça e Minas Gerais) determinou que todos os presos no semiaberto que faziam parte do grupo de risco deveriam ser colocados no sistema domiciliar.

No último dia 2 de junho, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) definiu que o benefício deveria ser estendido para todos os detentos do regime que estiverem trabalhando, independente de terem problemas de saúde.

Outra medida adotada no Estado foi a organização de presídios de triagem. Trinta unidades foram esvaziadas e deixadas exclusivamente para receber novos presos. Eles ficam nestes espaços de quarentena durante 15 dias e só são levados para as prisões comuns caso não apresentem sintomas neste período.

Ainda de acordo com o Governo do Estado, a limpeza foi reforçada nas unidades. "As áreas estruturais como celas, pátios, áreas administrativas e técnicas, portarias, guaritas e, também, veículos estão passando por higienização reforçada, semanal, durante a pandemia. A ação é simultânea e sempre as terças-feiras em todas as 194 unidades do Estado", informou a Secretaria de Segurança em nota.

A situação também fez a SES (Secretaria de Estado de Saúde) colocar os detentos entre os poucos grupos que são testados para a doença em Minas. Além deles, apenas casos de internações graves, profissionais da Saúde, Segurança, moradores de asilos e indígenas têm o exame garantido.

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