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Minas passa pela quarta maior epidemia de dengue da década

Com 209.276 casos prováveis registrados, 2019 só perde para os anos de 2010, 2013 e 2016, que tiveram entre 212 mil e 519 mil ocorrências

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Proliferação do Aedes aegypti em 2020 já preocupa pesquisador
Proliferação do Aedes aegypti em 2020 já preocupa pesquisador

Minas Gerais já passa pela quarta maior epidemia de dengue em uma década. O último levantamento da Secretaria de Estado de Saúde aponnta que, até o momento, foram registrados 209.276 casos prováveis da doença. Este ciclo perde apenas para os anos de 2010, 2013 e 2016, que tiveram respectivamente, 212.502, 414.719 e 519.050 ocorrências.

Segundo o professor Álvaro Eiras, do departamento de parasitologia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), para que a infestação de uma doença seja considerada uma epidemia, é necessária a ocorrência de mais de 300 casos a cada 100 mil habitantes. Em Minas, o índice atual é de 994.

— A dengue é uma doença endêmica. Isso quer dizer que ela vem acometendo a população há vários anos. Agora, ela está em um nível de epidemia devido ao grande número de casos.

Um levantamento do R7 mostra que o Estado registrou uma média mensal de 44.850 novos casos prováveis de dengue durante 2019. O primeiro balanço do ano referente à doença, divulgado no dia sete de janeiro, apontava 29.875 notificações. De lá para cá, foram 179 mil possíveis contaminações. São 25 mortes confirmadas.


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Para o médico sanitarista Apolo Heringer Lisboa, a proliferação do vírus está no seu ápice. Contundo, o especialista que já comandou uma equipe de controle da doença em Belo Horizonte, alerta que novas contaminações ainda devem ocorrer no mês de maio.

— Temos registrado pancadas de chuvas no Estado. Enquanto isso acontecer, o ambiente estará propício para a proliferação.


Lisboa se adianta e já se preocupa com a situação para 2020. Segundo o médico, as cidades que estão no ranking de casos devem ficar atentas, uma vez que estão mais suscetíveis a novas ocorrências no próximo ano.

— Os ovos dos mosquitos sobrevivem até um ano sob o sol. Assim, quando ocorrerem as temporadas de chuva de 2020, os ovos que restaram de agora podem eclodir, dando origem a novos mosquitos.


Emergência

O grande número de casos levou a Governo de Minas a decretar situação de emergência no dia 23 de abril. A medida possibilita a liberação mais rápida de recursos para conter a doença.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, as medidas de controle das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti são realizadas durante todo o ano, porém o serviço é intensificado nos meses quentes, quando a incidência é maior.

Entre as ações emergenciais adotadas, estão a liberação de R$ 8,3 milhões para 200 cidades com incidência considerada alta ou muito alta e outros R$ 17 milhões para as Upas (Unidades de Pronto Atendimento) de 32 municípios.

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