Mulher presa em Portugal acusada de matar cinco filhos envenenados é extraditada e cumprirá pena em BH
Gisele Oliveira, de 40 anos, é suspeita de dopar crianças com doses de sedativos entre 2008 e 2023
Minas Gerais|Gabriela Neves*, do R7

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A mineira Gisele Oliveira, de 40 anos, desembarcou nesta quinta-feira (23) no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, após ser extraditada de Portugal. Ela é acusada de matar os próprios cinco filhos envenenados em Timóteo, a cerca de 200 km de BH, no Vale do Aço mineiro, entre 2008 e 2023. A mulher estava foragida há cerca de um ano e foi capturada em Coimbra, depois de ter o nome incluído na lista de Difusão Vermelha da Interpol.
Segundo a Polícia Federal, Gisele foi entregue às autoridades brasileiras e passou por exame de corpo de delito antes de ser levada ao Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, na capital mineira, onde vai responder pelos crimes de homicídio e coação no curso do processo.
De acordo com as investigações da Polícia Civil de Minas Gerais, conduzidas pela 9ª Delegacia de Timóteo, a suspeita teria administrado substâncias sedativas aos filhos pequenos, o que causou a morte de cinco das sete crianças biológicas, com idades entre 10 meses e 3 anos. As mortes aconteceram de forma sucessiva e, no início, eram tratadas como naturais.
A avó das vítimas, mãe da suspeita, foi quem desconfiou das circunstâncias e procurou a polícia. Segundo o relato, Gisele costumava dar medicamentos fortes às crianças durante a noite, mesmo sem necessidade médica. A mulher chegou a fazer tratamento psiquiátrico, mas abandonou o acompanhamento.
As duas primeiras mortes aconteceram em 2010, Kauan, de 10 meses, e João Vítor, de 2 anos. Em 2019, Ana Júlia e Kaique, ambos de 1 ano, também morreram nas mesmas condições. O último caso, em 2023, foi o de Tiago, o filho mais novo.
Após o início das investigações, Gisele fugiu para Portugal, onde vivia ilegalmente com o atual companheiro e outro filho menor de idade, que não faz parte da lista de vítimas. Durante o período em que estava foragida, a brasileira teria intimidado familiares e testemunhas, o que motivou o pedido de prisão preventiva e o processo de extradição.
Agora sob custódia no Brasil, Gisele Oliveira deve ser ouvida novamente pela Justiça de Timóteo nos próximos dias. Se condenada, pode enfrentar penas que, somadas, ultrapassam 150 anos de prisão, embora a legislação brasileira limite o cumprimento a 30 anos.
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