Moradores de Brumadinho estão suscetíveis a doenças cardíacas
Estudo realizado pela Unifesp aponta que a presença de materiais pesados na lama da barragem da Vale torna a população mais propensa aos problemas
Minas Gerais|Clara Mariz, do R7*, com Helen Oliveira, da Record TV Minas
Uma pesquisa da Unesp (Universidade Estadual Paulista) aponta que moradores e visitantes de Brumadinho, na Grande BH, têm mais chances de desenvolver problemas cardíacos devido à existência de metais pesados na lama de rejeitos espalhada com o rompimento da barragem da Vale.
De acordo com o pesquisador Vitor Engrácia, a população está mais sujeita a doenças como infarto, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral.
— Quando esses metais pesados se encontram na corrente sanguínea, pode desenvolver um aumento de radicais livres nos vasos, comprometendo o funcionamento desses, o que leva ao progresso de várias doenças, como hipertensão que poderá provocar um AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Contaminação
Um mês após o rompimento da barragem de rejeitos da Vale, em Brumadinho, a Fundação SOS Mata Atlântica, divulgou o resultado de um monitoramento do Rio Paraopeba, que revelou que o nível de cobre nas águas estava muito acima do considerado ideal. No Paraopeba, a concentração máxima deste metal deveria ser de 0,009 mg/l mas, em alguns pontos o resultado chegou a mais de 4 mg/l.
Em março, a Fundação visitou novamente a área atingida. Dos 12 pontos analisados, nove estavam em condições rum e três, regular. As concentrações de ferro, manganês, cromo e cobre estavam acima dos limites máximos permitidos na legislação.
*Estagiária do R7 sob supervisão de Lucas Pavanelli