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Morte de homem de 34 anos estaria entre os óbitos ligados a possível bebida adulterada em Betim (MG)

Jeosadaque Rodrigues, que vivia na região do Citrolândia, teve dores estomacais, vômito, queda de pressão e de glicose

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Jeosadaque morreu aos 34 anos
Jeosadaque morreu aos 34 anos

A morte de um operador de produção metalúrgica, então com 34 anos, seria um dos óbitos investigados por intoxicação possivelmente ligada a consumo de bebida alcoólica adulterada em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Jeosadaque Rodrigues morreu na última quarta-feira (13). Segundo um parente que prefere não ser identificado, os sintomas começaram na segunda-feira (11), quando Rodrigues foi até a casa de um amigo sentindo mal-estar.

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No local, o homem teria desmaiado e foi levado a uma unidade de saúde no bairro Colônia Santa Isabel, onde vivia, na região do bairro Citrolândia, área alvo da investigação. O familiar conta que o operador parecia ter o estado controlado, mas na terça-feira (12) o cenário mudou.

"O médico me disse que a situação era crítica e que ele estava vivo à base de medicação. Os exames feitos indicavam glicose e pressão muito baixas. Fizeram uma tomografia e viram que os rins dele não estavam funcionando", conta o parente que acompanhou Rodrigues no hospital.


No quadro de sintomas registrados até então, estavam dor estomacal, vômito e evacuação com manchas de sangue e dificuldade de urinar. A gravidade do caso levou à transferência de Rodrigues para o Hospital Regional de Betim, na quarta-feira. Horas depois, ele morreu após sofrer oito convulsões e duas paradas cardiorrespiratórias, contou o parente.

"Na Upa da Colônia Santa Isabel, os médicos me disseram que desconfiavam de hepatite alcoólica por causa dos exames, mas naquele momento ainda não era possível confirmar. Disseram que o quadro era estranho, já que Jeosadaque era jovem, não era alcoólatra e não tinha histórico de doenças. Na UPA, o atestado de óbito constou causa da morte ainda em investigação", completa o parente.

A Prefeitura de Betim alegou proteção de dados ao não confirmar se Jeosadaque Rodrigues está entre os óbitos em investigação. A família acredita que a morte esteja na apuração da possível contaminação, já que os parentes foram procurados pela Vigilância Sanitária duas vezes para pedidos de informação sobre o histórico da vítima. Dentre as perguntas, estavam bebidas e alimentos consumidos por ele. No atestado de óbito, a causa consta "em investigação".

Na primeira nota da prefeitura sobre o assunto, o município levantou a possível relação com consumo do que foi chamado de "uísque artesanal". Agora, a prefeitura fala em investigação de "intoxicação exógena por possível uso de bebida alcoólica adulterada".

"Jeosadaque gostava de beber uísque aos fins de semana, mas não sabemos se ele bebeu antes de passar mal. Eu fui à casa dele e não encontrei a garrafa. Encontrei apenas latas de cerveja, mas não sei quando foram consumidas", relatou o familiar que busca explicações para a morte.

Jeosadaque Rodrigues era solteiro e não tinha filhos. Ele estava afastado do trabalho após quebrar a perna.

Investigação

O caso é investigado em ação conjunta do SES-MG (Secretaria de Saúde de Minas Gerais), IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária), Prefeitura de Betim, Polícia Civil e o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária).

"Estamos com poucos dados claros sobre a sintomatologia, mas alguns deles são sintomas de intoxicação, vômitos e outros pontos. Só temos dois pacientes internados e notificados que estamos acompanhando. Nos informaram que eles estão internados em terapia intensiva, mas não temos dados mais sensíveis. Nossa equipe está indo a Betim colher mais informações", disse o secretário de estado de Saúde, Fábio Baccheretti.

"É importante dizer que nem todos fizeram a ingestão de bebida alcoólica. É muito cedo para qualquer conclusão de que existe uma bebida específica que tenha causado [a intoxicação]", completou.

A Polícia Civil colheu amostra de sangue de todos os pacientes e abriu um inquérito. A vigilância sanitária percorreu dez distribuidoras em busca do uísque que pode ter causado as intoxicações, mas não encontrou nada. Segundo o governo, são nove casos em investigação, sendo que dois pacientes morreram. O poder público ainda não informou qual a bebida está na mira da investigação.

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