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MP apura indícios de troca de cargos na Prefeitura de BH por apoio de vereadores

Apuração mira eleição da mesa diretora da Câmara Municipal; Juliano Lopes (PODE) foi eleito presidente da casa na quarta-feira (1º)

Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da RECORD MINAS

Juliano Lopes (PODE) foi eleito presidente da casa
Juliano Lopes (PODE) foi eleito presidente da casa Divulgação/Dara Ribeiro/Câmara Municipal de Belo Horizonte

O MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) abriu um procedimento para apurar “uma possível negociação ilícita envolvendo a concessão de cargos públicos na Prefeitura de Belo Horizonte em troca de apoio político de vereadores para a eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Belo Horizonte”. Em tese, segundo o MPMG, “configuram crimes de corrupção ativa e passiva, previstos nos artigos 317 e 333 do Código Penal”.

Segundo o documento do MPMG, “a partir do lançamento da candidatura de Bruno Miranda, líder do governo na Câmara, à presidência da Casa Legislativa, foram observados indícios de práticas irregulares consistentes na oferta de cargos em comissão e benefícios administrativos por parte de membros do Poder Executivo Municipal a determinados vereadores, em troca de votos favoráveis”.

Na quarta-feira, foi realizada a eleição para Mesa Diretora da Câmara de BH. O vereador Bruno Miranda (PDT) foi derrotado pelo colega Juliano Lopes (PODE). Miranda contou com o apoio declarado do vice-prefeito Álvaro Damião (União), que acumula o cargo de secretário de Governo da prefeitura. Lopes teve o apoio da chamada “Família Aro”, o grupo de parlamentares da capital que são aliados do secretário chefe da Casa Civil de Minas, Marcelo Aro. Em eleição nominal, Lopes derrotou Mirada por 23 votos contra 18.

Ainda segundo a apuração, “os documentos que instruem a denúncia incluem laudos, publicações em diários oficiais e reportagens que indicam exonerações de servidores em cargos estratégicos da PBH, seguidas por nomeações que supostamente atendem aos interesses de vereadores aliados. As exonerações, conforme sustentado, foram realizadas de maneira a abrigar pessoas indicadas politicamente, em uma aparente contrapartida por votos para a eleição da Mesa Diretora da CMBH”.


Em entrevista exclusiva à RECORD MINAS, Lopes afirmou que havia um acordo com a prefeitura para evitar o embate com Miranda, mas que o compromisso não foi cumprido. E que a partir do lançamento da candidatura de Miranda, a prefeitura começou a atuar nos bastidores para atrair o apoio dos vereadores. Lopes, por sua vez, não cita nomes.

“Houve um acordo com o prefeito Fuad (PSD), que não iria lançar candidatura para presidência da Câmara Municipal. Esse acordo aconteceu no início de novembro, houve um café da manhã na Prefeitura de Belo Horizonte, onde chamou todos os vereadores, disse que não iria interferir no processo da Câmara e que nós vereadores resolvêssemos esse tema. O vereador Bruno Miranda disse que não seria candidato, aí fomos surpreendidos”, declarou.

“Aí a prefeitura começou a atuar nos bastidores, ofereceram tudo e mais um pouco para os vereadores. Isso causou um transtorno, já que a prefeitura não iria entrar no processo. Foram oferecidos regionais, cargos, obras, mas os nossos vereadores continuaram firmes”, completou.

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