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MP diz que MG deve escolher qual servidor receberá 2ª dose de vacina

Em reunião sobre 'fura-filas', promotora avaliou que o governo deve priorizar trabalhadores com maior risco de contágio

Minas Gerais|Lucas Pavanelli e Pablo Nascimento, do R7

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais terá que decidir quais os servidores da pasta estão expostos a maior ou menor risco sanitário para receberem a segunda dose da vacina contra a covid-19.

A pasta consultou o Ministério Público para saber se deveria aplicar a dose de reforço nos 828 servidores imunizados depois que foi aberto um inquérito para investigar indícios de irregularidades no processo de vacinação dos funcionários. 

De acordo com a Promotora de Justiça de Defesa da Saúde, Josely Ramos Pontes, há servidores que foram vacinados que têm um risco de contágio menor do que outros trabalhadores da saúde ainda não imunizados. Por isso, para o MP, a pasta deveria analisar caso a caso.

— A manifestação a respeito da segunda dose foi nesse sentido, de que há trabalhadores na saúde que têm risco sanitário menor que outros. 


A decisão do secretário de Estado de Saúde, Fábio Bacheretti, deve ser tomada ainda nesta semana, já que a segunda dose da vacina Coronavac deve ser tomada em um período entre duas e quatro semanas. 

Irregularidades


A Promotora de Justiça de Defesa de Saúde, Josely Ramos Pontes, compareceu, nesta quinta-feira (25), a uma reunião da CPI dos Fura-Fila, na Assembleia de Minas, que apura as denúncias de irregularidades no processo de vacinação da SES-MG. 

De acordo com a promotora, não era papel da secretaria imunizar os servidores e que isso deveria ser feito pelo município e somente após análise dos riscos sanitários de cada trabalhador.


Além disso, ela afirma que servidores administrativos que não têm contato com o público ou estão em home office, por exemplo, não poderiam ter sido imunizados antes de trabalhadores com maior risco de contágio.

— Os trabalhadores administrativos só poderiam ser vacinados se tivessem contato com o público. Não dá para comparar o risco de um trabalhador que está em um hospital de porta aberta com quem está fazendo serviço burocrático dentro de uma estrutura.

O deputado Noraldino Júnior, membro da CPI que avalia o caso, disse ao R7 que, para ele, os servidores deveriam receber a segunda dose conforme programado. O parlamentar justificou que a não imunização pode gerar mais gastos ao poder público, já que este grupo terá que receber as duas doses no futuro, caso a segunda aplicação não seja feita agora.

Noraldino Júnior considerou que a continuidade do processo pode garantir a segurança do sistema de saúde, mas defendeu que a investigação deve seguir na tentativa de apurar quem seriam os responsáveis pela possível imunização irregular.

— Eu, como cidadadão, quero que seja verificada toda a irregularidade. Outra questão que temos que analisar é que se temos um profissional de saúde vacinado, ele pode trabalhar para garantir a continuidade do serviço.

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