Mulher é agredida pelo ex, arrastada pelos cabelos e mantida em cárcere privado em BH
Agressão foi registrada por câmeras de segurança de boate que os dois frequentaram; vítima falou sobre as agressões
Minas Gerais|Gledson Leão, da Record TV Minas
Uma jovem foi violentamente agredida pelo ex-companheiro, na saída da boate Larok, no Bairro Santa Terezinha, na região da Pampulha, na madrugada de sábado (10).
Câmeras de segurança do estabelecimento flagraram toda a agressão. As imagens mostram o agressor sem camisa, Raul Matheus de Oliveira Neto, de 35 anos, do lado de fora da boate, perto do carro em que estava, um Jeep. Na sequência surge a vítima, Gabriela da Silva Malaquias, de 25 anos, usando um vestido rosa. Ela parece perguntar o que estava acontecendo e é quando dá-se início às agressões.
O homem dá socos, chutes, até que ela cai no chão, e as agressões não param. São pisadas e socos no rosto, chutes na barriga, até que a jovem desmaia. Mesmo assim, ele continua a bater na vítima. Conforme o Boletim de Ocorrência, o agressor fez fotos e vídeos dela no chão e enviou a amigos falando que "agora a matou".
Um homem surge no vídeo com uma blusa com a escrita "Staff", parecendo ser de um funcionário da boate. Mesmo ele conversando com o homem, o agressor a puxa pelos cabelos, a arrastando pelo chão até o carro onde está. O vídeo não mostra, mas ela é colocada no carro e levada para uma mata, na sequência para a casa do agressor, onde foi mantida nua, machucada, sem atendimento médico, em cárcere privado.
Amigos contaram para a mãe da garota sobre as agressões. A mulher vai atrás da filha na casa do agressor e, num instinto de sobrevivência, consegue se arrastar e pedir socorro, quando foi vista pela matriarca, que força a entrada. O agressor foge. A mãe chama a polícia.
A jovem estava nua, sangrando, quando foi encontrada pela polícia. Levada para uma UPA, teve de ser transferida para um hospital por conta da gravidade das agressões. Além disso, como os policiais perceberam uma secreção saindo do corpo dela, fizeram um teste para saber se foi estuprada.
"Eu nasci de novo, mas temo pela minha vida. Era um relacionamento de 6 meses que não deu certo. Ele sempre foi muito violento e tinha medo de dizer não. Mesmo assim ele queria me matar. No celular dela a polícia encontrou mensagens de que ele queria me matar. Agora temo que ele seja solto", conta Gabriela.
Veja o relato:
O rapaz foi preso pela polícia pois usava tornozeleira eletrônica. Segundo Gabriela, por porte ilegal de armas. "Ele ia sair na audiência de custódia, mas depois da delegada ver meu estado, pediu para que ele continuasse preso. Mas ele deve sair a qualquer momento e ele disse que vai me mantar", lamenta a jovem.
Em nota, a Boate Larok Lounge Club informou que a casa noturna não teve ciência do ocorrido com a jovem no dia da agressão.
“Soubemos do ocorrido dias depois através de investigação da polícia. Onde desde então nos colocamos à disposição para qualquer esclarecimento e ajuda.
Deixamos claro que nenhum dos nossos funcionários tiveram qualquer tipo de envolvimento com a situação. O staff que aparece nas imagens tentando ajudar não faz parte do nosso quadro de funcionário, O mesmo pertence a equipe contratada do dj que se apresentou no dia do evento. Nós da Larok Lounge Club repudiamos qualquer tipo de agressão a mulher. Torcemos pela rápida recuperação física e psicológica da jovem, e continuamos à disposição para futuros esclarecimentos”, esclarece.