Minas Gerais Mulher morta em Ibirité (MG) já foi agredida pelo ex, diz família

Mulher morta em Ibirité (MG) já foi agredida pelo ex, diz família

Apesar dos relatos dos parentes das vítimas, a Polícia Civil afirma que a vítima nunca denunciou as agressões e ameaças

  • Minas Gerais | Vinícius Araújo, da RecordTV Minas

Família da vítima relata que homem já havia tentado matá-la

Família da vítima relata que homem já havia tentado matá-la

Imagens cedidas

A família da mulher morta a facadas em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte, nesta quarta-feira (11), relata que a vítima era perseguida pelo ex-marido há, ao menos, dois anos. Ele foi preso como suspeito de praticar o crime.

Os parentes relatam que o homem já teria, até mesmo, agredido familiares e atentado contra a vida de Camila Rodrigues de Souza, de 33 anos, em duas outras situações.

Em uma delas, o irmão dela, Roberto, foi ferido. “Ele queria matar ela enforcada na linha de trem e eu entrei no meio para separar, foi aí que ele me deu facadas nos braços”, relembra. Além disso, o suspeito também teria agredido o pai da mulher.

Laila Rodrigues, filha da vítima, conta que a mãe vivia com medo.”Ela falava: filha, ele está me perseguindo. Ela chorava e chegou a entrar em depressão”, diz. Apesar de tudo, os parentes não imaginavam que o homem chegaria a cumprir as ameaças.

“Ele só falava que ia matá-la, mas ninguém acreditava, até acontecer essa tragédia”, lamenta Roberto.

De acordo com a Polícia Civil, a Camila nunca registrou ocorrência das ameaças e agressões sofridas. “A vítima nunca registrou uma ocorrência contra ele. Ela vivia sendo perseguida, mas a polícia não tinha conhecimento desses fatos”, afirmou a delegada Carolina de Oliveira Urbano, responsável pelo caso.

O crime

O ataque foi registrado por uma câmera de segurança. A mulher aparece sendo puxada pelo agressor para o meio da rua, mas consegue se desvencilhar e se afasta. Ela vai pra calçada, mas o homem continua com as agressões. Os dois saem do alcance da câmera e, depois, reaparecem já com o assassino desferindo golpes de faca na vítima.

Camila trabalhava como gari e fazia a varrição de uma rua quando foi abordada pelo ex-companheiro. Uma testemunha do crime, que prefere não se identificar, conta que viu o homem esperando pela vítima na porta da escola pública onde ela almoçava todos os dias.

As imagens mostram que, antes de fugir, o suspeito abre os braços e parece argumentar com as pessoas que estão na rua. Ele teria dito que a mulher estaria o traindo, mas a família da vítima nega as acusações, já que o casal estava separado há dois anos.

Em uma outra gravação do local do crime, é possível ver que uma viatura da polícia aparece na porta da escola. Os militares socorreram Camila, mas ela morreu cerca de dez horas depois, no hospital de Ibirité. O suspeito foi preso após ter o paradeiro revelado pelos próprios parentes e encaminhado ao sistema prisional.

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