Nova diretora de órgão que avalia tombamento da Serra do Curral é prima de diretor de mineradora
Tamisa conseguiu autorização para atuar na serra; cabe ao Iepha decidir tombar ou não o local, ato que impediria a mineração
Minas Gerais|Rosildo Mendes e Michelyne Kubitscheck, da Record TV Minas
O Governo de Minas Gerais nomeou para a presidência do Iepha-MG (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais) a prima de um dos diretores da mineradora autorizada a atuar na Serra do Curral, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte.
A informormação foi revelada pela Agência Pública e confirmada pela Record TV Minas. Cabe ao Iepha, agora sob comando de Marília Palhares Machado, decidir tombar ou não a área integral da serra, o que poderia impedir os trabalhos da Tamisa (Taquaril Mineração S.A).
Desde que o dossiê do tombamento ficou pronto, ainda em 2020, essa é a segunda troca da chefia do instituto. A primeira presidente a sair foi Michele Arroyo. Ela foi exonerada logo que o documento foi encaminhado ao Conep (Conselho Estadual do Patrimônio Cultural). A votação no conselho deveria acontecer no início de 2021, mas segue parada até hoje.
Com relação a nova diretora, o Governo de Minas afirma que a arquiteta foi convidada por causa do currículo, experiência e trajetória em defesa do patrimônio histórico.
Procurada, a Tamisa alegou que o diretor Guilherme Augusto Gonçalves Machado e a nova diretora do Iepha-MG são primos de quarto grau e ressaltou que não há vedação legal com relação ao parentesco deles.
A mineradora também destacou que os primos têm relação distante, sem qualquer proximidade pessoal. Ainda de acordo com a nota, a empresa segue as normas e tem relação estritamente formal com órgãos públicos, independente de quem ocupe cargos políticos.