Nova Lima: se barragem romper, moradores têm uma hora para fugir
Sirenes tocaram e mais três estruturas da Vale em Minas Gerais tiveram o grau de alerta de risco elevado ao máximo, na noite desta quarta-feira (27)
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
Moradores do distrito de Honório Bicalho, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, teriam cerca de uma hora e três minutos para se salvar em caso de rompimento da barragem B3/B4, da Vale, que fica no distrito de São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos.
Na noite desta quarta-feira (27), o nível de alerta da estrutura foi elevado para 3, o grau máximo. Na prática, isso significa que a barragem tem risco iminente de colapso.
Leia também
Minério de ferro é responsável por 60% do superávit comercial de MG
Barão de Cocais: escolas começam a funcionar após alerta em barragem
MP faz 19 pedidos de condenação da Vale por problemas trabalhistas
Governo quer que Vale pague R$ 100 mi por operações de Brumadinho
Paralisações da Vale em MG podem deixar 65 mil pessoas sem emprego
Apesar das sirenes terem sido acionadas, não foi necessário retirar moradores de casa. Cerca de 170 pessoas que vivem na área de autossalvamento, ou seja, a região que seria atingida pela lama de rejeitos em até 30 minutos, foram levadas para hotéis da região no dia 16 de fevereiro, quando o nível de alerta foi elevado para 2.
De acordo com a Defesa Civil, aproximadamente 2.900 moradores de Honório Bicalho e 2.300 da cidade de Raposos, também Grande BH, estão na zona secundária de segurança. Enquanto em Honório Bicalho a onda chegaria em uma hora e três minutos, a previsão para Raposos é de uma hora e 45 minutos.
Ouro Preto
Durante a noite, o nível de alerta também foi elevado para três nas barragens Forquilha 1 e 3, também da Vale, que ficam em Ouro Preto, a 96 km de Belo Horizonte.
Na cidade, a sirene não precisou ser acionada, uma vez que apenas quatro pessoas moram na área que seria atingida pela lama, mas elas já foram realocadas.
De acordo com Marcelo Klein, coordenador do Comitê de Respostas Imediatas da Vale, o nível de segurança das estruturas mudaram de 2 pra 3 porque os laudos que atestam esse risco apresentaram dados diferentes da última avaliação. Por
— A elevação do alerta não ocorreu porque as barragens estão dando sinais físicos de que estão em posição mais frágil. A elevação de nível de alerta ocorreu porque na fase final de conclusão dos laudos de recertificação, as empresas certificadores nos sinalizaram que os fatores estão abaixo de 1. Historicamente, o fator abaixo do índice 1 é de iminência de rompimento.
A mineradora ressaltou que "as barragens B3/B4, Forquilha I e III são barragens a montante inativas - portanto, que não recebem rejeitos, remanescentes da Vale e fazem parte do plano de descaracterização anunciado pela empresa em 29 de janeiro de 2019."