Produtos serão vendidos na rede Supermercados BH
Reprodução / FreepikO ato de ir ao supermercado para comprar alimentos vai se tornar uma oportunidade de fazer o bem em Minas Gerais, a partir da segunda quinzena deste mês de junho.
No próximo dia 14, será lançada a nova marca de arroz e feijão Dona Lucinha. Os royalties do rótulo vão ser destinados à manutenção de uma carreta itinerante, que vai rodar as regiões pobres do Estado levando médicos e equipamentos modernos capazes de detectar casos de câncer em fase inicial.
A ideia do projeto partiu do empresário José Marcílio Nunes Filho, fundador e presidente da Cape-BH (Casa de Acolhida Padre Eustáquio). A associação dá suporte a crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer e doenças não infecciosas, como cardíacas e renais.
"A Cape já tem um custo mensal de R$ 170 mil que levantamos com recursos próprios e de parceiros. Agora, precisamos da renda para manter a carreta, que vai custar R$ 200 mil por mês", explicou Filho sobre a importância do projeto.
A ideia do empresário é agilizar a identificação dos casos de câncer e reduzir a chance de morte. Para isto, a associação também firmou parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, a Santa Casa de Belo Horizonte e o TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais).
"Conversando com uma das mãezinhas que fazem parte do projeto, ela contou que demorou cinco meses até conseguir iniciar o tratamento da filha. A família é do Vale do Jequitinhonha, região muito pobre. Fiquei pensando que isto não pode acontecer em um mundo em que o homem vai à lua e tem internet 5G", contou o fundador da Cape sobre o início do projeto.
Os arroz e feijão "solidários" Dona Lucinha vão ser vendidos, inicialmente, na rede Supermercados BH, presente em 75 cidades mineiras. Os grãos vão chegar ao mercado graças a uma parceria entre a GRAM Alimentos, indústria de DNA feminino que preza responsabilidade social, e o Dona Lucinha, tradicional restaurante de BH, criado na década de 1990 e referência na culinária mineira.
A Cape
A Cape (Casa de Acolhida Padre Eustáquio) dá suporte a crianças e adolescentes que recebem tratamento em hospitais de Belo Horizonte e não têm recursos para se manter na cidade.
Mônica Sales de Araújo, superintendente da instituição, explica que os beneficiados recebem hospedagem, alimentação, transporte, atendimento psicológico, assistência social, nutricionista, fonoaudiologia e fisioterapia. "Não só a criança, mas a família como um todo precisa de acolhimento nesse momento de tratamento, que é difícil", ressalta.
Ao menos 750 pacientes já foram atendidos pelo projeto desde sua criação, em 2013. "Apesar da doença, a Casa é um ambiente alegre e com boa energia. As pessoas saem de lá felizes, mesmo sabendo das dificuldades que estão passando", completa Mônica.
A Cape atende jovens de todo o país, principalmente os do interior de Minas Gerais, que precisam ir para a capital mineira em busca de tratamento. Os responsáveis também são incluídos na rede de apoio.
Os interessados em receber o auxílio da instituição devem procurar os assistentes sociais dos hospitais onde são atendidos. A equipe da unidade será a responsável por fazer o contato com a Cape.