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Ordem para vacinação interna veio do gabinete, diz servidora da saúde

Janaina Fonseca prestou depoimento em CPI na Assembleia de Minas e defendeu vacinação dos servidores da saúde

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

Servidora defendeu processo de vacinação
Servidora defendeu processo de vacinação

O gabinete do então secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, definiu, de modo informal, que iria coordenar internamente a vacinação de servidores da pasta, sem comunicar o município de Belo Horizonte.

De acordo com as regras do Plano Nacional de Imunização, as doses de vacinas pertencem aos municípios e não aos governos estaduais ou ao Ministério da Saúde. Por isso, são os municípios que devem organizar a campanha de imunização contra a covid-19. 

A informação foi confirmada pela Diretora de Vigilancia de Agravos Transmissíveis, Janaína Fonseca de Almeida Souza, que prestou depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Fura-Filas, criada pela Assembleia de Minas para investigar supostas irregularidades no processo de vacinação de servidores da saúde do Governo de MInas Gerais. 

Em um termo assinado durante a sessão, Janaína, "a informação de que a vacinação deveria ocorrer internamente veio do gabinete do secretário, de maneira informal". Segundo ela, o gabinete não autorizou que a equipe técnica da SES-MG pedisse autorização à Prefeitura de Belo Horizonte para realizar a vacinação em algum posto de saúde da capital mineira. 


— Não nos foi autorizado [à equipe técnica] conversar de área técnica para área técnica. Essa conversa foi dentro do Governo do Estado. O município de Belo Horizonte não foi consultado sobre a possibilidade de fazer a vacinação em BH. 

Janaína não apontou, no entanto, qual integrante do gabinete teria feito essa orientação. Segundo ela, tudo isso foi feito em conversas informais. 


Sem esse diálogo entre a SES-MG e a secretaria municipal de saúde, ficou definido que a vacinação de servidores da saúde de Minas Gerais seria feito na Rede Estadual de Frios, onde as doses de vacinas contra a covid-19 são armazenadas, antes de serem entregues aos municípios. 

A CPI ressaltou que, das 28 Superintendências Regionais de Saúde do Estado, vinculadas à SES-MG, apenas a de Belo Horizonte não consultou o município sobre o procedimento. Ao todo, 2.684 servidores da saúde foram vacinados contra a covid-19. 


Defesa da vacinação

Durante sua oitiva, a Diretora de Vigilancia de Agravos Transmissíveis, Janaína Fonseca de Almeida Souza, defendeu a vacinação de servidores da pasta. 

— Tudo foi feito para manter a máquina da secretaria funcionando. Quem está na lida do dia-a-dia sabe da importância do nosso trabalho. muitas vezes, passamos noites, fins de semana e estivemos firmes, comprando medicamentos, respiradores... se não fosse trabalho dos servidores da SES, a situação estaria pior. 

Janaína afirmou que, de acordo com um memorando interno da SES-MG, cada uma das chefias dentro da secretaria seria responsável por elencar a prioridade de vacinação de seus funcionários. Ainda segundo o depoimento, não caberia a ela fazer a conferência sobre a pertinência de cada servidor ser ou não vacinado. 

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