Minas Gerais Ouro Preto: casarão destruído foi o 1º de estilo neocolonial na cidade

Ouro Preto: casarão destruído foi o 1º de estilo neocolonial na cidade

Construído no início do século 20, a pedido de político tradicional, o sobrado era conhecido pelo requinte e pelos detalhes de madeira

  • Minas Gerais | Pablo Nascimento, do R7

Casarão terminou de ser construído em 1902

Casarão terminou de ser construído em 1902

Prefeitura de Ouro Preto / Guilherme Ataídes

O casarão histórico destruído em um deslizamento de encosta em Ouro Preto, a 96 km de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (13), é considerado a primeira obra de estilo neocolonial erguida na cidade, conforme explica o prefeito Angelo Oswaldo (PV).

Oswaldo conta que o sobrado de dois andares, inaugurado em 1902, foi construído a pedido de Baeta Neves, tradicional político da época, que foi senador estadual e o primeiro prefeito de Ouro Preto após a cidade deixar de ser comandada pela Câmara Municipal, em 1930.

Detalhes de madeira requintavam salão

Detalhes de madeira requintavam salão

Arquivo/Prefeitura de Ouro Preto

"Até então, era muito usual na cidade o estilo neoclássico. A família de Baeta Neves comprou o terreno no fim do século 19, e ele quis fazer algo diferente, no estilo neocolonial", diz o prefeito sobre a aquisição feita pela família tradicional da cidade, formada por médicos e engenheiros. O espaço foi batizado com o nome do clã – ficou conhecido como Solar Baeta Neves.

A historiadora Deolinda Alice dos Santos, especialista em cultura mineira, conta que o requinte na área interna era uma das principais características da casa. Um dos detalhes que mais chamavam atenção era o forro que simulava detalhes de uma almofada.

"Ele tinha uma grande sala na parte da frente, o que era comum na época. Ela era toda trabalhada em madeira, com tons diferentes, que formavam desenhos", recorda-se a historiadora.

Histórico

Família comprou terreno no fim do século 18

Família comprou terreno no fim do século 18

Arquivo/Prefeitura de Ouro Preto

O casarão tombado pertencia à prefeitura. Desde 2012, ele era usado apenas para guardar parte do arquivo de município que seria enviado para descarte, conforme detalha Margareth Monteiro, secretária de Turismo.

O prédio foi desocupado devido ao risco de deslizamento do morro da Forca, que cedeu nesta quinta-feira. O monte ficava na parte de trás do imóvel. "O casarão não tinha problemas estruturais. O risco estava na encosta", afirma a secretária.

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