Moradores de Venda Nova reclamam de situação da UPA
Reprodução/Record TV MinasMoradores de Venda Nova, em Belo Horizonte, estão reclamando que pessoas em situação de rua estão fazendo a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da região, de abrigo. Quem vai até o local, reclama das condições do ambiente e da falta de lugar para o paciente se sentar, até receber o atendimento médico.
Wanderley Nunes levou a sogra, no último sábado (21), na unidade e, segundo ele, se deparou com cadeiras servindo de cama e o piso coberto com cobertores. Além disso, Wanderley disse que havia pessoas deitadas nos bancos e no chão da Upa, e cachorros espalhados pelo local. Do lado de fora, carrinhos de supermercados com alguns pertences obstruíram parte da calçada de acesso à unidade médica.
“A maioria dos pacientes, nos dias de lotação, tem que ficar esperando em pé, do lado de fora. É uma situação deplorável. Acredito que essas pessoas estão se protegendo da chuva, mas a prefeitura deveria colocá-los em abrigos," disse Wanderley, afirmando que a Upa é um local onde há muitas pessoas doentes e que é preciso um cuidado em relação a isso. Ele também reclamou sobre o risco dos cães, presentes no local, atacarem algum paciente.
A PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) informou em nota que “não há, na legislação, nada que impeça a permanência dessa população no local, já que essas pessoas também utilizam os serviços de saúde”. Em relação aos cães que estariam ocupando, também, o local, eles informaram que os profissionais do Centro de Controle de Zoonoses foram até a UPA duas vezes e não encontraram os animais.
A Prefeitura disse, também, que as dependências do local são higienizadas várias vezes por dia, e que há no lugar cerca de 100 assentos disponíveis para acomodar os pacientes e acompanhantes. Além disso, a instituição afirmou que é feito um trabalho para identificar as pessoas que estão sem moradia, nas 9 regionais de Belo Horizonte, e encaminhá-las aos Centros de Referência para a População de Rua presentes na capital.
Dados nacionais
Em Belo Horizonte, um levantamento realizado pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua/POLOS-UFMG, com base no CadÚnico, apontou que 11.165 pessoas moram nas ruas da capital. A realidade é ainda mais alarmante quando analisados os dados nacionais. No Brasil, há 213.371 pessoas em situação de rua registradas no CadÚnico, sendo 68% delas negras, 87% do sexo masculino e 3% crianças e adolescentes (0 a 17 anos).