Passageiro acusa motorista de aplicativo de injúria racial em BH
Vítima contou que foi chamado de preto e marginal após pedir para que a suspeita alterasse a rota em uma corrida; Polícia Civil investiga o caso
Minas Gerais|Rodrigo Dias, da Record TV Minas
Uma motorista de aplicativo é investigada pela Polícia Civil de Minas Gerais por ser suspeita de agredir e cometer injúria racial contra um passageiro durante uma corrida, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, no último sábado (24).
A vítima foi Gustavo Fonsceca, de 20 anos. Ele ainda está com um curativo abaixo do olho direito. O servente de pedreiro afirma que foi agredido pela motorista. A confusão teria començado quando, durante uma corrida, ele pediu para a condutora alterar a rota inicial.
— Ela [motorista] começou a falar comigo dizendo que não podia alterar o trajeto. Ela disse que o aplicativo não permitia que pudesse alterar a rota. Aí eu falei que teria que passar em tal local e ela disse que não podia.
De acordo com Fonsceca, a motorista interrompeu a viagem e cobrou pela corrida.
— Eu teria que pagar uma taxa. Ou eu dava o dinheiro para ela alí dentro do carro, ou se não ela colocaria que não paguei a corrida.
A motorista teria, então, parado o carro na porta de um bar e chamado alguns homens para agredir a vítima.
— Ela foi até o bar e pediu para que vários homens me linchassem, falando que eu tinha tentado agredir ela.
O rapaz conta que decidiu chamar a polícia e, segundo ele, a confusão piorou.
— Ela voltou em direção onde eu estava, veio com uma barra de ferro na mão e tentou acertar meu olho direito. Para não pegar no meu olho, eu esquivei e aí pegou de raspão em mim.
Ainda segundo o servente de pedreiro, ele também foi vítima de racismo.
— Ela me chamou de preto, me chamou de marginal. Falou que eu poderia chamar a polícia que eles iriam ficar do lado dela. Falou que eu estava drogado.
De acordo com Fonscesa, Quando a PM (Polícia Militar) chegou, a motorista teria apresentado outra versão.
— Ela alegou para os policiais que ela teria me agredido por legítima defesa. Nisso, os policiais acreditaram de fato nela.
A vítima precisou de atendimento médico e registrou a ocorrência contra a motorista por agressão e injúria racial. A Polícia Civil abriu um procedimento para apurar a denúncia. Ele promete acionar a Justiça.
— Pretendo entrar na Justiça e correr atrás dos meus direitos para que isso não possa ser feito com outras pessoas, e pelo fato de eu ter gastado dinheiro com medicamento.
Outro Lado
A reportagem do R7 tenta entrar em contato com a motorista de aplicativo para dar sua versão dos fatos.