Pesquisadores realizam resgate histórico de fósseis de preguiça-gigante em MG
Novo achado revela importância geológica da cidade de Pains, a 217 km de Belo Horizonte; animal viveu na "Era do Gelo"
Minas Gerais|Do R7
Uma equipe de pesquisadores de Minas Gerais realizou, nesta semana, o regaste de fósseis de uma espécie de preguiça-gigante na cidade de Pains, a 217 km de Belo Horizonte.
A equipe foi liderada pelos pesquisadores Bruno Kraemer e Luiz Eduardo Panisset Travassos do Departamento de Geografia do Instituto de Ciências Humanas da PUC Minas. O animal faz parte da família Scelidotheriinae e possui aproximadamente 2,5 m.
O último fóssil encontrado na região foi na década de 1990. “A descoberta atual tem relevância local e regional, dado que na região cárstica de Pains não se deram achados fósseis além do mastodonte na década de 1990. Esse é o novo “achado” que derruba o mito de que tal região não tem registros de megafauna expressivos além do mastodonte”, asseguram os pesquisadores Travassos e Kraemer.
Segundo os pesquisadores, o animal encontrado em Pains viveu no Período Pleistoceno, conhecido como a “Era do Gelo”, época geológica que durou de 2,5 milhões a 11.700 anos atrás. “Sua alimentação seria herbívora graminívora (comia gramas) complementando com tubérculos. Seria capaz de escavar o solo com suas alongadas garras para procurar alimentos e fazer tocas”, afirma Bruno Kraemer.
O material resgatado será destinado à Coleção Paleontológica do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas, na região noroeste da capital mineira. O acervo do museu possui a maior coleção de mamíferos fósseis no Brasil e a segunda maior da América Latina, onde já se encontra em exposição, por exemplo, o crânio de um mastodonte encontrado na Loca do Angá entre 1998 e 1999, e que teria coabitado a mesma região da preguiça-gigante.