A Polícia Federal indiciou 26 pessoas por ligação com quatro quadrilhas diferentes que promoviam a migração ilegal para os Estados Unidos. O indiciamento é conclusão da terceira etapa da operação Cai-Cai, na região Leste de Minas Gerais.
Os 26 vão responder, na Justiça, por 409 crimes, sendo: quatro crimes de associação criminosa, 272 crimes de promoção de migração ilegal e 133 crimes de envio ilegal de criança ou adolescente para o exterior.
Na última sexta-feira (22), os policiais federais cumpriram três mandados de busca e apreensão, um de mandado de prisão preventiva e um mandado de monitoração eletrônica nas cidades de Virginópolis e Tarumirim.
Denúncia
As investigações começaram em outubro de 2019 e contaram com apoio da embaixada dos Estados Unidos em Brasília. Na época, a Polícia Federal recebeu três notícias de crime diferentes em três Estados diferentes e que tinham, em comum, os mesmo suspeitos de promovor a emigração ilegal de brasileiros para o país norte-americano.
De acordo com a apuração, os investigados se dedicam à prática dos crimes e enviam crianças e adolescentes para o exterior. O valor cobrado pode chegar a US$ 22 mil por pessoa, mais de R$ 100 mil na cotação atual.
Ainda segundo a PF, os viajantes corriam sérios riscos e enfrentavam condições desumanas, "eram forçados a corromper autoridades da imigração mexicana e ficavam submetidos aos guias denominados coiotes".
Ao longo da operação, a Polícia Federal prendeu mais de 10 pessoas, entre ex-prefeitos, um prefeito eleito e um vice-prefeito em final de mandato, todos de cidades da região de Governador Valadares.