Policial ironiza colegas de trabalho vaidosas e é alvo de críticas

O comentário de uma soldado da Polícia Militar de Minas Gerais causou repercussão entre os membros da corporação. A mulher postou nas redes sociais um vídeo questionando a qualidade do trabalho desempenhado pelas policiais que usam maquiagem durante o expediente. Após a divulgação das imagens, companheiras de farda rebateram as críticas.

A gravação que deu início à polêmica mostra a militar colocando um preso dentro de um carro da polícia. Após a detenção, a agente olha para a câmera e ironiza, sem citar nomes, o serviço realizado por outras PMs.

— Fazer vídeo de biquíni, batom e farda no Instagram é fácil. Eu quero ver é o honrar [a corporação] e prender os suspeitos.

Logo após a divulgação do vídeo, outras militares também recorreram às redes sociais para criticar o posicionamento da colega de farda. Em uma das respostas, uma agente abriu a planilha de ocorrências atendidas e fez um levantamento de quantos casos cada uma das mulheres atendeu.

— Vamos ver quem prende mais? De início, mais de 11 páginas de registros de tráfico e homicídio da colega que tira foto de batom.

Outra policial também entrou na polêmica. Usando batom vermelho, ela questionou a relação da estética com o rendimento do profissional no trabalho.

— Para eu ser boa de serviço quer dizer que eu tenho que trabalhar parecendo o capeta? Esse negócio de andar desarrumada e feia é problema seu.

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Investigação

Os comentários se multiplicaram até chegar ao Comando-Geral da corporação. De acordo com o major Flávio Santiago, mesmo que as postagens tenham sido feitas nas páginas particulares das militares, um procedimento interno foi instaurado para investigar a situação. Caso seja detectada alguma infração, as medidas necessárias serão tomadas.

— Hoje a mídia social em qualquer corporação, as pessoas que dela utilizam, respondem em exata quantidade e até o limite daquilo que a lei determina ou impeça. Se há algum tipo de calúnia, difamação ou qualquer outro tipo de situação, também são tratados pelo próprio código penal e pelo código penal militar.

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Segundo o major, não há restrição ao uso de maquiagens desde que o padrão do uniforme não seja descaracterizado. Além disso, o porta-voz da PM ressaltou o papel de destaque das mulheres que representam 10% do efetivo da corporação.

— A presença da policial feminina é de extrema relevância desde a década de 1980, contribuindo tanto para humanização do ambiente de trabalho quanto para a de gestão de pessoas.

A reportagem procurou a policial que critica as colegas na gravação, mas por orientação da PM, todo posicionamento sobre o caso foi feito pelo Comando-Geral.

Veja os vídeos da polêmica: