A quase um ano para as eleições municipais de 2020, Alex de Freitas (sem partido), ainda não se decidiu se vai concorrer à reeleição pela Prefeitura de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Durante entrevista à Record TV Minas, nesta quarta-feira (18), o político afirmou que vai se decidir com calma até o início do próximo ano.
— Eu deixei o PSDB, partido que me elegeu, agradecendo a todos que me ajudaram e seguem me ajudando na gestão, e ainda não escolhi um partido, embora tenha recebido honrosos convites. Ainda temos muito trabalho para fazer em Contagem e, se eu pensar em eleição, eu vou tomar decisões equivocadas, populistas.
Um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, divulgado em junho deste ano, mostrou que 77,9% dos eleitores de Contagem desaprovam a gestão de Freitas, enquanto que 18,1% aprovam a administração. Apesar da taxa de rejeição ser de mais de três quartos, o político pensa ser possível reverter o quadro nos próximos meses.
— Quando eu fui candidato, eu aparecia com zero e uma semana antes das eleições nenhum instituto de pesquisa me colocava no segundo turno. Eu tenho convicção que o trabalho e as entregas que vamos fazer, primeiro, vai deixar a cidade e o contagense com uma autoestima melhor. E lá para frente, por março ou abril, eu tenho certeza que uma avaliação melhor do prefeito para pleitear a reeleição.
Depois de anos de isenção, a prefeitura voltou a cobrar o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) dos moradores, embora a gratuidade da taxa fosse uma promessa de campanha de Freitas. O assunto foi parar na Justiça, que considerou a cobrança legal. Segundo o prefeito, o impasse foi o “grande remorso” da sua gestão.
— Meu grande remorso foi ter feito aquela promessa e não ter podido cumprir. Compreendo e indignação daqueles que votaram e questionaram que eu registrei em cartório e não pude cumprir a promessa. Mas hoje eu tenho a consciência absolutamente tranquila. Se de um lado eu magoei esses eleitores, de outra forma, eu teria estraçalhado a cidade se não tivesse seguido à risca com a cobrança. Hoje o dinheiro suado com que o contagense paga o IPTU é que sustenta a prefeitura.
Durante a entrevista ao apresentador Eduardo Costa, no MG no Ar, o chefe do Executivo municipal também comentou a investigação do Ministério Público de Minas Gerais que apura possíveis crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens e valores, envolvendo o político e o secretário de Defesa Social do município, Décio Camargos. Segundo o MP, Freitas teria usado Camargos como "laranja" para comprar uma casa no valor de R$ 3,4 milhões. O prefeito voltou a negar as irregularidades e afirmou que ficou chateado com declarações que, segundo ele, foram “mentirosas”.
—O Ministério Público tem o meu respeito e a credibilidade de ser o fiscal da lei. Eu fiquei muito chateado com as declarações mentirosas que o promotor deu logo depois da operação, que diziam que havia um conluio, que eu não sabia o valor do aluguel, que não havia contrato, que o Décio Camargos teria comprado o imóvel com R$ 1,2 milhão em espécie. Tudo aquilo era mentira e constava no relatório de investigação do próprio Ministério Público. Tenho confiança que agora, com a documentação que apresentamos ao Ministério Público e à imprensa, o inquérito deve ser arquivado em intervalo mais curto de tempo.
Durante sua participação no programa, Alex de Freitas também comentou sobre um projeto de mobilidade na cidade que vai construir três corredores de ônibus para ligar bairros distantes e o trabalho que ele segue desenvolvendo para ampliar o metrô.
Veja a entrevista completa abaixo: