Prefeito Kalil veta aumento no preço de passagem em Belo Horizonte
Empresários ameaçam interromperem os serviços
Minas Gerais|Daniel Camargos e Pablo Nascimento*, Do R7
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), anunciou que não vai permitir aumento no valor das passagens de ônibus da cidade para o próximo ano.
A decisão foi divulgada em uma reunião que aconteceu na manhã desta terça-feira (19), na sede da prefeitura.
O Setra-BH (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte) havia proposto um reajuste de 10,45% no preço das tarifas. Assim, o valor da passagem da maioria das linhas subiria de R$ 4,05 para R$ 4,50. Na reunião desta terça-feira, os empresários levaram uma nova proposta, de aumento de 6%. Ambas foram negadas pelo prefeito.
— Não tem reajuste enquanto não se abrir a caixa preta da BHTrans, afirmou o prefeito.
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Kalil alegou que não autorizou o aumento, pois a Justiça barrou uma auditoria no serviço de transporte da capital, proposta por ele, no meio deste ano.
— Nós vamos colocar outro edital na rua. Como eu disse, sem uma auditoria e sem a gente saber, o reajuste da tarifa é zero.
O prefeito havia usado uma rede social para ironizar a proposta dos empresários. "Calma, gente! Belo Horizonte tem prefeito", escreveu o prefeito no Twitter, na última sexta-feira (15). Questionado sobre a reação da empresa, o prefeito manteve o estilo polêmico: "Aqui nós não sombos subalternos e nem capacho de ninguém".
AMEAÇA
O presidente do Setra-BH, Joel Jorge Paschoalin, ameaçou que pode ter paralisação dos serviços caso a decisão do prefeito seja mantida.
— A nossa preocupação é começar a ter pontos de interrupção de serviços na cidade devido a falta de capacidade de pagamento.
O representante dos empresários do transporte coletivo afirmou que o Setra irá recorrer à Justiça. De acordo com os cálculos apresentados por ele, os custos com mão de obra e óleo diesel representam 75% do faturamento das empresas de ônibus. A paralisação, segundo ele, pode acontecer caso as empresas não paguem os salários ou não tenham crédito para comprar combustível.