Prefeitura de Sabará (MG) interdita clínica de reabilitação clandestina
Medida foi tomada após a denúncia do desaparecimento de um paciente; Vigilância diz que não há alvará de funcionamento
Minas Gerais|Gabriel Rodrigues e Rosildo Mendes, da RecordTV Minas

A Vigilância Sanitária de Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, interditou uma clínica de reabilitação clandestina de onde um dependente químico desapareceu há quase um mês. A Polícia Civil também começou a ouvir os responsáveis pelo espaço.
De acordo com a família de Rafael Júnior Coutinho Mattos, de 19 anos, o jovem estava internado há oito dias quando foi levado por um supervisor do local para vender produtos dentro de ônibus, ação que ajudaria no pagamento da mensalidade da clínica. O pai do paciente afirma que não autorizou o procedimento.
“Eu disse para ele ‘eu não quero que meu filho saia para rua para vender nada, pelo menos não nesse primeiro momento’. Ele tem dependência química e depende de certos cuidados, é óbvio que se ele saísse com oito dias, quando estava com abstinência, ia procurar um meio de usar droga”, diz Rafael dos Santos Mattos, pai do desaparecido.
Nesta quinta-feira (19), a Secretaria da Fazenda e a Vigilância Sanitária, juntamente com a Guarda Municipal, foram até o local para realizar a fiscalização. Durante a operação, apenas um interno foi encontrado. Ele estava trancado em um cômodo.
Um dos coordenadores da clínica, André Souza, alega que já deu início aos trabalhos de regularização. Ele ainda explica que a aconteceu surgiu quando o estabelecimento teve de mudar de localização, há cerca de quatro meses.
“A gente tinha um sítio em outro bairro de Sabará e a documentação é toda de lá. O dono da clínica de lá era sócio do dono daqui, então eles estão desfazendo a sociedade e agora a gente está regularizando tudo para poder continuar trabalhando. Não quisemos parar momentaneamente por conta dos meninos que são atendidos”, aponta.
No entanto, os fiscais da Secretaria da Fazenda afirmam que não conseguiram encontrar nem mesmo o pedido para a regularização do alvará. ”Para a gente é considerado um estabelecimento totalmente clandestino”, concluiu Andréa Gonçalves Lisboa, coordenadora da Vigilância Sanitária de Sabará.
A clínica clandestina terá cinco dias para encaminhar os internos de volta às famílias ou para uma clínica regularizada. A Polícia Civil já abriu um inquérito para apurar o caso. O dono do local e um dos funcionários foram ouvidos nesta sexta-feira (20) pelo delegado que investiga o caso.
