Presidente da Samarco não garante emprego de 3.000 funcionários em 2016
Vescovi diz estudar alternativas; Ministério Público quer plano para evitar demissão em massa
Minas Gerais|Do R7, em Belo Horizonte

Funcionários da Samarco Mineração não sabem se terão emprego a partir do dia 4 de janeiro, quando terminam as férias coletivas concedidas enquanto as atividades da empresa estão suspensas em Mariana, na região central de Minas. O presidente da companhia, Ricardo Vescovi, não garante que os 3.000 empregados manterão seus postos e diz estudar soluções para os colaboradores afetados pelo rompimento da barragem do Fundão em 5 de novembro. A tragédia já matou pelo menos oito pessoas e deixou 11 desaparecidos.
Em entrevista ao Estado de Minas publicada nesta quarta-feira (25), Vescovi afirmou que "pensamos em alternativas".
— Nossos funcionários entraram em licença remunerada e, depois, em férias coletivas. Esse é um tempo importante para nós pensarmos em alternativas. Foi o tempo para que a gente pudesse vencer esse foco inicial de ajuda humanitária e meio ambiente, além desse trabalho de estabilização das barragens. Temos, agora, de pensar em que soluções podemos dar daqui para frente.
O executivo admite que "ninguém sabe ao certo qual será esse prazo" e que o "cenário claro com os empregados" será cumprido "até o fim do ano, tempo para que alternativas sema estudadas e medidas, adotadas".
O Ministério Público do Trabalho determinou que a corporação apresente um plano para evitar demissões em massa e trate de forma igual terceirizados e empregados direitos.
Atividades suspensas
Embargada pela Secretaria de Meio Ambiente de Minas, a Samarco não tem previsão para voltar a operar em Mariana. Moradores da cidade, preocupados com o desemprego, chegaram a fazer manifestações na última semana para pedir que a mineradora não saia do município.
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O estoque de minério levado de Mariana até a planta da Samarco em Anchieta (ES) termina no dia 2 de dezembro. A cidade capixaba arrecada cerca de R$ 2 milhões com a mineração.
O prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), já manifestou em diversas oportunidades o interesse de manter as operações da Samarco, pois a cidade depende dos royalties e tem 80% dos recursos custeados pela atividade. Se as licenças forem cassadas, Anchieta e Mariana podem "quebrar".
Desde o dia 10 de novembro, 80% dos funcionários da Samarco entraram em licença remunerada - apenas os envolvidos no plano de de atendimento ás famílias atingidas, limpeza dos distritos soterrados e nas obras de emergência nas barragens de Santarém e Germano continuam trabalhando. Quando vencer o prazo, todos entram em férias coletivas com término em 4 de janeiro.
A onda de lama contaminada da mineradora Samarco chegou ao oceano Atlântico no domingo (22) e mudou a paisagem da região. Em Linhares, no litoral do Espírito Santo, o mar ganhou uma mancha escura e densa, com aparência de leite achocolatado. O estra...
A onda de lama contaminada da mineradora Samarco chegou ao oceano Atlântico no domingo (22) e mudou a paisagem da região. Em Linhares, no litoral do Espírito Santo, o mar ganhou uma mancha escura e densa, com aparência de leite achocolatado. O estrago da maior tragédia natural brasileira ainda é incalculável. A lama chegou à costa capixaba no pico da época de desova das tartarugas. Especialistas estimam que o rio Doce poderá sofrer as consequências até o ano 3.000. "Seria como dizimar, de uma só vez, todo o Pantanal"






















