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Psicólogo é preso com 30 mil arquivos de pornografia infantil

Homem, que morava em um bairro nobre de Belo Horizonte, foi condenado há cinco anos de prisão por compartilhar as imagens 

Minas Gerais|Lucas Pavanelli e Samuel Resende*, do R7

Policiais acharam o suspeito pelo IP
Policiais acharam o suspeito pelo IP

Um psicólogo, morador de um bairro da região centro-sul de Belo Horizonte, foi condenado a 5 anos de prisão pelos crimes de armazenamento e distribuição na internet de material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes. De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), o homem compartilhou pela internet mais de 30 mil arquivos com imagens de pedofilia.

O autor do crime foi preso após investigações da Polícia Federal no programa de compartilhamento de arquivos “eMule”.

No dia 10 de setembro de 2012, a PF teve acesso a um vídeo com cenas de pornografia infanto-juvenil. Os policiais localizaram o suspeito pelo número de IP (Internet Protocol) do computador utilizado por ele e constataram que ele havia compartilhado 64 arquivos com cenas do mesmo tipo de abuso sexual em apenas uma semana.

Em uma revista na casa do psicólogo, foram encontrados arquivos digitais e revistas de conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes. O acusado foi preso em flagrante.


Na época, também foram apreendidos cartão de memória, disco rígido, pendrives, CD’s e revistas com títulos e cenas relacionadas. Elas haviam sido compradas há cerca de 30 anos.

Veja: Suspeito de molestar vizinha de 10 anos é preso um mês após o crime


Ao examinar o material, a perícia técnica encontrou, somente no disco rígido do computador, 10.288 arquivos de imagens e seis arquivos de vídeo com cenas de pornografia infantil. Ainda foram localizados 20.655 arquivos de imagem e 54 vídeos.

Argumentação


O acusado, que é psicólogo com pós-graduação em Sexualidade Humana, alegou que os materiais eram guardados para fins profissionais e científicos. Ele também disse que não sabia que o aplicativo “eMule” compartilhava os arquivos com outros usuários automaticamente.

Em resposta, a Justiça entendeu que há provas de que ele disponibilizou as imagens voluntariamente. A condenação ainda ressalta que o material, mesmo se fosse utilizado para pesquisas científicas, não poderia ser armazenado ou compartilhado.

Outro ponto que pesou contra o homem foi o fato de a Justiça entender que a quantidade de arquivos também seria muito maior do que o necessário para o suposto interesse científico.

Recurso

O MPF não concordou com a pena aplicada pelo Juízo Federal e recorreu.

— De acordo com o recurso, a conduta social do réu, ao utilizar sua profissão “como justificativa para cometer os crimes”, bem como os motivos e as consequências de sua conduta, não autorizam que a pena seja aplicada com base no patamar mínimo previsto em lei. Para o MPF, quando se nota que a pena aplicada não logra efeito em punir o crime, resta desrespeitado o instrumento processual, que apenas move a máquina judicial sem repreender o autor da transgressão”.

O recurso será julgado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

*Estagiário do R7, sob supervisão de Lucas Pavanelli 

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