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Referência no barroco, Ouro Preto tem 313 áreas de risco geológico

Segundo levantamento do Serviço Geológico do Brasil, 886 imóveis particulares e coletivos estão localizados nessas regiões

Minas Gerais|Ana Gomes, Do R7

Casarão foi destruído por queda de encosta
Casarão foi destruído por queda de encosta Casarão foi destruído por queda de encosta

A descoberta do ouro em Minas Gerais marcou a história de Ouro Preto, a 100 km de Belo Horizonte, de várias perceptivas. Por um lado, as belezas do maior conjunto de arquitetura barroca do Brasil, colocam a região como destaque no mapa do turismo do mundo. De outro, a expansão desenfreada na ocupação urbana fez com o que o município ficasse marcado pelos riscos de desabamentos e deslizamentos.

Um estudo do CPRM (Serviço Geológico do Brasil) de 2016, apontou que a cidade tem 313 áreas de risco geológico. O número elevado do mapeamento expõe a ameça ao município e ilustra a destruição do casarão Solar Bateado Neves, tombado pelo patrimônio, após a queda de uma encosta nesta quinta-feira (13). O levantamento considerou risco alto e muito alto, no perímetro urbano.

Segundo um documento do órgão postado no ano passado, 882 imóveis particulares e coletivos estão localizados nessas áreas, totalizando 3.006 pessoas que ocupam as regiões entre morros e vales do município, que chegou a ser a cidade mais populosa da América Latina na época do “ciclo do ouro”.

Segundo o professor do curso de engenharia geológica da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), Mateus Oliveira Xavier a expansão populacional da cidade explica a configuração do mapa habitacional. “A cidade de Ouro Preto teve uma ocupação urbana muito rápida e irregular. A extração do ouro fez com ela fosse construída nos morros”, explica.

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Entre os 882 imóveis, ainda não se sabe quantos são tombados e correm o mesmo risco do Solar Bateado Neves. A reportagem entrou em contato com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para ter acesso à lista, mas ainda não obteve retorno.

Sobre o que pode ser feito para evitar novos deslizamentos e destruições na cidade, Xavier alerta que há duas alternativas, mas nem todas as regiões afetadas podem passar por obra.

“Existem as medidas não estruturais, que são os mapeamentos. Eles servem para que a Defesa Civil atue. As outras ações estruturais são de contenção para diminuir ou eliminar os danos de deslizamentos. Porém, essas obras precisam ser avaliadas localmente e pontualmente”, finaliza.

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