Um adolescente de 14 anos foi vítima de injúria racial por parte de alunos de uma escola particular, no bairro Jardim Vitória, na região Nordeste de Belo Horizonte. Em uma troca de mensagens, colegas usaram frases como “saudades de quando preto só era escravo” para insultar o estudante.
O grupo em um aplicativo de conversa foi criado há quatro meses para discutir assuntos acadêmicos. Segundo o jovem, recentemente, os adolescentes se recusavam a responder as mensagens dele e decidiram criar um outro. Sem saber o que eles conversavam, o estudante recebeu as postagens racistas encaminhadas por outro aluno.
"Eu me sinto bem inferiorizado. Como se eu fosse uma pessoa fora da sociedade normal dos brancos", diz o aluno após ser vítima do crime.
A família levou o caso para a direção da escola, que identificou os três estudantes que escreveram as mensagens racistas. Os pais e os adolescentes foram convocados para uma reunião no colégio na última quinta-feira (16).
“Um dos pais se mostrou perplexo com a situação. O outro tentou justificar o injustificável”, conta o pai do menino, que não quis se identificar.
Nesta segunda-feira (20), os responsáveis pelo menino vão formalizar a denúncia em uma delegacia da capital.
Em uma rede social da instituição há uma mensagem automática informando sobre o recesso até 10 de janeiro. Em uma postagem recente do colégio sobre renovação de matrícula, mais de 400 internautas cobraram uma resposta da direção. A Secretaria Municipal de Educação disse que não responde por instituições particulares.
O que diz a escola
Na tarde desta segunda-feira (20), a escola divulgou em suas redes sociais uma nota de repúdio sobre o caso, afirmando que a instituição não teve participação ou conhecimento dos atos de racismo sofridos pelo aluno.
"Com a indignação patente, a comunidade do Colégio VER manifesta sua irrestrita solidariedade ao aluno, à sua família e à toda sociedade que é ofendida com posicionamento discriminatório. Esperamos que as autoridades competentes apurem os fatos e responsabilizem os agressores, deixando claro que, como entidade educacional Cristã, que prega o amor, a solidariedade e o perdão, tal incumbência não é de nossa alçada”, informou a escola.