Secretário de Zema diz que gestão Pimentel desviou bolsas de pesquisa
Em vídeo, Otto Levy fala que bolsistas eram contratados para fazer pesquisas, mas estavam sendo direcionados para o comitê de candidato ao Senado
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
Um vídeo mostra o secretário de Estado de Planejamento Otto Levy Reis falando que a gestão do ex-governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), teria usado bolsas destinadas a pesquisas científicas para contratar funcionários para o comitê de campanha do então candidato petista ao Senado, Miguel Corrêa.
A gravação foi feita no dia 14 de março, durante um encontro do secretário com o deputado estadual Cleiton Azevedo (PPS). O parlamentar conta que procurou o representante do Governo após receber reclamações de estudantes que foram prejudicados pela decisão de suspensão de verbas destinadas à pesquisa, divulgada no dia 22 de fevereiro.
— Ele nos procuraram porque queriam diálogo para resolver a situação, então eu repassei a demanda para o Governo.
Na conversa, Reis também deixa a entender que beneficiados pelas bolsas teriam sido levado para trabalhar na administração pública.
"Bolsa da Fapemig nós estamos reavaliando porque tem mais de 5 mil bolsas aqui. Só que nós levantamos que mais da metadde das bolsas estavam sendo usadas pelo Governo Pimentel, que ele contratou gente e colocou para trabalhar aqui [no Governo] ou no Comitê do Miguel Correa. Nós estamos chamando um por um e levantando quem é quem. Depois, vamos soltar quantas dessas pessoas não estão pesquisando nada e são funcionários aqui. Vamos tirar estas pessoas", sic.
O deputado Cleiton Azevedo (PPS) disse ao R7 que procurou o Ministério Público para passar a situação e que sua equipe deve se encontrar com promotores nos próximos dias.
Procurado, o diretório do PT em Minas Gerais informou que não pode comentar as ações do governo passado. A reportagem não localizou a assessoria do ex-governador Fernando Pimentel.
A assessoria de Miguel Corrêa disse que a informação sobre o uso de bolsistas em seu comitê é falsa, já que o mesmo nunca existiu e que a campanha ao senado foi feita pelas redes sociais. O ex-secretário ressaltou que sempre prestou contas aos órgãos reguladores e fiscalizadores e quem nenhum momento irregularidades foram encontradas. Todos os projetos tinham prestações de contas anuais e em eventos públicos (FINIT E SUMMIT) para que a população de Minas pudesse acompanhar os resultados.
O R7 também tentou contato com a Fapemig (Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais), que é responsável por administrar o dinheiro das bolsas, mas ainda não teve retorno.