Suplente de vereador preso em BH toma posse nesta sexta (23)
Reinaldinho (PMN) foi convocado para tomar posse no lugar de Ronaldo Batista (PSC) preso por suspeita de mandar matar desafeto em BH
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7, com Ezequiel Fagundes, da RecordTV Minas
O suplente de vereador Reinaldinho (PMN) toma posse na Câmara de Belo Horizonte nesta sexta-feira (23), faltando pouco mais de dois meses para o fim do mandato.
Ele assume a cadeira de Ronaldo Batista (PSC), preso na última semana por suspeita de ser o mandante do assassinato do ex-sindicalista e ex-vereador de Funilândia, a 70 km de Belo Horizonte, Hamilton Dias de Moura (MDB).
A Câmara Municipal foi comunicada pela Justiça da prisão do parlamentar na última terça-feira (19) e tinha 48h para confirmar a posse do suplente. Reinaldinho é candidato nas eleições municipais deste ano.
Reinaldinho é o segundo suplente da mesma coligação a assumir uma cadeira no Legislativo.
Disputa sindical
O crime foi cometido em 23 de julho, quando o corpo de Hamilton, com marcas de disparos no rosto e no pescoço, foi encontrado dentro de um carro próximo à estação de metrô Vila Oeste, na capital mineira.
Segundo denúncia do Ministério Público, Ronaldo Batista teria pago R$ 40 mil a três pessoas para que pudessem executar Hamilton. Os dois eram desafetos e o crime, por motivo torpe, teria sido cometido por disputa sindical.
Além de parlamentar, Hamilton era presidente do Simeclodif (Sindicato dos Motoristas e Empregados em Empresas de Transporte de Cargas, Logística em Transporte e Diferenciados de Belo Horizonte e Região), entidade criada a partir de uma dissidência do STTRMBH (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte da Região Metropolitana de Belo Horizonte), durante a gestão de Ronaldo Batista.
Sob o comando de Hamilton de Moura, o Simeclodif passou a fazer oposição administrativa e "arrebatar sindicalizados e contribuições" que era dirigidas ao outro sindicato, como também a ajuizar ações na Justiça do Trabalho contra a entidade.
Em uma dessas ações, Ronaldo Batista se tornou réu por má administração do sindicato "como desvio, dilapidação e malversação do patrimônio da entidade, descumprimento de acordo judicial e apropriação indébita", de acordo com denúncia do Ministério Público do Trabalho. Ele teve os bens bloqueados.
Crime
Ainda conforme a denúncia do MP, integrantes da organização criminosa montada pelo verador de Belo Horizonte, se passaram por possíveis compradores de um lote, que seria vendido por Hamilton.
Os denunciados criaram um perfil falso de uma mulher chamada "Vanessa" e começaram a trocar mensagens com ele por meio do Whatsapp.
No dia do crime, Hamilton foi atraido para um encontro com essa mulher e surpreendido no local por uma dupla, que disparou diversas vezes contra ele. Um policial militar teria auxiliado na fuga e na destinação da arma de fogo usada no crime.