Uma técnica de enfermagem de Campo Belo, a 226 km de Belo Horizonte, é suspeita de racismo em conversas por um aplicativo de mensagens. A Polícia Civil investiga o caso.
Nas mensagens, ela faz referência a alguns dos pacientes que teria atendido, chamando-os de “nego criolo” e “macacada”. Em alguns momentos, a suspeita chega a mandar áudios falando termos depreciativos.
— Esqueceu do principal. Preto, urubu. Eu te mandei foto dele. Preto tem a palma da mão branca. Eu nunca tinha reparado. Eu vou olhar amanhã se a sola dos pés também é branca.
Em outro áudio, ela chega a afirmar que “odeia e tem nojo” de pessoas negras. A técnica em enfermagem fala que já foi processada por injúria racial, e debocha da situação.
As mensagens foram divulgadas na internet e, na sequência, chegou até à Polícia Civil. Antes mesmo de ser convocada para depoimento, a suspeita publicou um vídeo na internet pedindo desculpas e alegando que não estava no seu “estado psicológico normal”.
— Eu estava bastante sedada, falei muitas besteiras. Venho em público pedir perdão para essas pessoas, pois tenho muitos amigos e amigas de raça negra.
Após o vazamento dos áudios, moradores da cidade protestaram na porta da casa da suspeita e acusaram a técnica de enfermagem de racismo.
A Polícia Civil informou que já abriu um inquérito policial. De acordo com o delegado Alessandro Gamboci, além do crime pelo qual suspeita é investigada, a pessoa que divulgou as mensagens e áudios também pode responder criminalmente.
— Dependendo da intenção (de quem vazou), a pessoa também cometeu um crime, que é publicizar ofensas raciais.