Tragédia com 270 mortos em Brumadinho marca o ano de 2019

Rompimento de barragem da Vale com mais de 12 milhões de m³ de rejeitos de minério atingiu refeitório da mineradora em meio ao horário de almoço

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, Pablo Nascimento e Clara Mariz*, do R7

25/12/2019 - 02h00 (Atualizado em 22/02/2024 - 00h39)

Onze meses depois de a barragem B1 da mina Córrego do Feijão, da Vale, se romper em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, os bombeiros mantém a operação de resgate, que se tornou a maior da história do país. Na capital, equipes do IML (Instituto Médico Legal) tentam identificar os segmentos de corpos encontrados no meio da lama.

Das 270 vítimas da tragédia que marcou o ano de 2019, 13 ainda estão desaparecidas sob a lama em uma área de 4 km². Veja os principais fatos desencadeados pela maior tragédia humana e trabalhista de Minas Gerais:

25/01: Barragem da Vale se rompe em Brumadinho
A barragem B1 da mina Córrego do Feijão, da Vale, se rompeu às 12h28, do último 25 de janeiro, deixando 270 mortos e desaparecidos

29/01: Três funcionários da Vale e 2 engenheiros são presos
Quatro dias após o rompimento da barragem, a Justiça já havia bloqueado R$ 11,8 bilhões das contas da Vale para garantir a reparação às famílias atingidas e ao meio ambiente. Neste dia, três funcionários da Vale e dois engenheiros da Tüv Süd - empresa contratada que atestou a segurança da B1 - foram presos preventivamente para continuidade das investigações. Os cinco foram soltos dias depois. Veja quem são eles:• André Yassuda - engenheiro da Tüv Süd • Makoto Manba - engenheiro da Tüv Süd• Cesar Augusto Paulino Grandchamp - geólogo da Vale• Ricardo de Oliveira - gerente de Meio Ambiente Corredor Sudeste da Vale• Rodrigo Artur Gomes de Melo - gerente executivo do Complexo Paraopeba da Vale

15/02: Oito funcionários da Vale são presos
A Polícia Federal foi às ruas novamente e prendeu mais oito funcionários da Vale para conseguir informações sobre o que pode ter levado ao rompimento. Desta vez, os detidos são de áreas variadas na empresa. O grupo foi solto dias depois. Veja quem são eles:
• Joaquim Pedro de Toledo – Gerente-executivo de geotecnia operacional • Renzo Albieri Guimarães Carvalho – integra a gerência de geotecnia • Cristina Heloiza da Silva Malheiros – integra a gerência de geotecnia• Artur Bastos Ribeiro – membro da gerência de geotecnia• Alexandre de Paula Campanha – Gerente-executivo de geotecnia corporativa• Marilene Christina Oliveira Lopes – membro do setor de gestão de riscos geométricos• Hélio Márcios Lopes da Cerqueira - membro do setor de gestão de riscos geométricos• Felipe Figueiredo Rocha - membro do setor de gestão de riscos geométricos

01/03: Força-tarefa pede afastamento da diretoria da Vale
A força-tarefa formada para investigar as causas do estouro da estrutura da Vale recomendou à mineradora o afastamento imediato do presidente da mineradora, Fabio Schvartsman, e mais quatro diretores da companhia

02/03: Fábio Schvartsman, presidente da Vale, se demiteO conselho da mineradora
Vale decidiu demitir o diretor-presidente da companhia, Fabio Schvartsman, pouco mais de um mês após o acidente. A decisão foi tomada depois da recomendação conjunta da Força Tarefa que investiga o caso

26/04: Defensoria Pública e Vale fazem acordo de R$ 500 mil por morte
A Vale ofereceu pagar R$ 100 mil a vítimas com invalidez causada pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão. No acordo firmado entre a mineradora e a Defensoria Pública de Minas Gerais, a companhia também registra a indenização de R$ 500 mil a cada membro da família dos mortos e desaparecidos

02/07: CPI do Senado pede indiciamento de 14 pessoas
O relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) de Brumadinho, no Senado, pediu o indiciamento por homicídio culposo, crime ambiental e omissão de 14 pessoas, entre diretores e funcionários da Vale, responsável pela barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, e da Tüv Süd, empresa alemã contratada pela mineradora para atestar a estabilidade da estrutura.

10/07: Vale é condenada pela primeira vez na Justiça de Minas
Cinco meses e meio depois do rompimento da barragem 1 da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, a mineradora Vale foi condenada na Justiça pela primeira vez em relação ao caso. Como as consequências da tragédia ainda não podem ser completamente medidas, o juiz não fixou um valor que a empresa deve pagar. Segundo ele, a definição do valor “não se limita às mortes decorrentes do evento, pois afeta também o meio ambiente local e regional, além da atividade econômica exercida nas regiões atingidas”

15/07: Acordo Vale e MPT: R$ 700 mil para cada parente de trabalhador morto
Um acordo firmado entre o MPT (Ministério Público do Trabalho) e a Vale garantiu o pagamento de R$ 700 mil em indenização às mães, país, filhos, cônjuges ou companheiros dos trabalhadores vitima do rompimento da barragem de Brumadinho. Os irmãos dos mortos deverão receber R$ 150 mil

25/07: Rompimento completa seis meses, com 248 mortos e 22 desaparecidos
Na data em que a tragédia completou seis meses, cerca de 140 agentes do Corpo de Bombeiros trabalhavam para encontrar 22 desaparecidos, enquanto 248 vítimas já haviam sido identificadas

16/10: Justiça alemã vai julgar Tüv Süd por responsabilidade em BrumadinhoFamiliares de atingidos pelo rompimento da barragem de Brumadinho, em janeiro deste ano, foram à Justiça da Alemanha para entrar com uma ação penal contra a Tüv Süd. A empresa de consultoria, com sede no país europeu, foi responsável por atestar a estabilidade da barragem quatro meses antes de a estrutura se romper

05/11 - CPI da Câmara sugere o indiciamento de 22 pessoas pela tragédia
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara de Deputados emitiu um relatório pedindo o indiciamento de 22 diretores e engenheiros da Vale e da empresa alemã Tüv Süd, responsável por assinar o laudo de estabilidade da barragem. Segundo o colegiado, eles deveriam responder por homicídio doloso, lesão corporal dolosa, poluição ambiental por rejeitos minerais com sérios danos à saúde humana e ao meio ambiente, além de destruição de área florestal considerada de preservação permanente. O documento também pede o indiciamento das duas companhias

03/12 - 257ª vítima é localizada. Max Elias de Medeiros, 37 anos. 13 seguem desaparecidos
A Polícia Civil de Minas Gerais identificou a 257ª vítima do rompimento da barragem B1 da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Max Elias de Medeiros, de 37 anos, era um dos funcionários da Vale e trabalhava na barragem quando aconteceu a tragédia. Ele também jogava como volante em um time de futebol amador da região

25/01: Barragem da Vale se rompe em Brumadinho A barragem B1 da mina Córrego do Feijão, da Vale, se rompeu às 12h28, do último 25 de janeiro, deixando 270 mortos e desaparecidos