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Tragédia de Janaúba: 2 anos depois, vítimas reconstroem suas vidas

Há dois anos, ex-vigia de creche ateou fogo ao próprio corpo e à escola, provocando a morte de outras 13 pessoas e deixando mais de 50 feridas

Minas Gerais|Lucas Pavanelli e Pablo Nascimento, do R7, com Alana Freitas, da Rede Mais

Tragédia deixou 14 pessoas mortas e mais de 50 feridas
Tragédia deixou 14 pessoas mortas e mais de 50 feridas Tragédia deixou 14 pessoas mortas e mais de 50 feridas

Há dois anos, uma tragédia chocou a cidade de Janaúba, no Norte de Minas, e todo o Brasil. A creche Gente Inocente pegou fogo depois que um ex-vigia entrou no local e ateou fogo no corpo e nas salas de aula. Catorze pessoas morreram e 58 ficaram feridos.

Um dos sobreviventes é o pequeno Ruan Dias. Como quase toda criança de sete anos, ele está aprendendo a ler e demonstra capricho ao fazer as tarefas da escola. Há dois anos, ele teve 35% do corpo queimado e precisou ficar internado em um hospital durante três meses para fazer o tratamento. 

Os gêmeos Thiago e Emanuel, da mesma idade, também estavam na creche no dia da tragédia. Enquanto o segundo não se feriu, o primeiro sofreu queimaduras nos braços e nas pernas e foi um dos últimos a receber alta do hospital.

Depois que passou a fase mais difícil, as famílias voltam às suas rotinas e relembram os momentos de angústia. "Foi uma felicidade, porque o sufoco que ele passou aquele dia, achei que ele não ia dobreviver", recorda a dona de casa Letícia Soares, mãe dos garotos. 

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Segunda etapa

No ano passado, o viúvo da professora Heley de Abreu, que morreu salvando as crianças no incêndio da creche Gente Inocente, Luís Carlos Batista, tomou a frente de uma associação criada para administrar as doações que foram enviadas para as vítimas e suas famílias. 

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Segundo ele, os recursos foram suficientes para construir uma casa e reformar outras 18, além de ajudar as famílias de vítimas que ainda estão em tratamento. Mas, dois anos após a tragédia, ele diz que os recursos estão acabando. 

— Agora é uma segunda fase que as famílias entram, das cirurgias plásticas corretivas, por exemplo. O poder público não tem condição, a gente sabe da dificuldade do município, que não arca com isso. As cirurgias na rede pública são demoradas, então muita coisa tem que ser particular. 

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O defensor público Gustavo Dayrel alerta para o fim do prazo de um acordo entre o Ministério Público e a Prefeitura de Janaúba, que garante pagamento mensal de uma ajuda de custo a essas famílias. 

— Essa ação é um pouco lenta e nem sequer houve, ainda, audiência. Se não houver renovação em dezembro, essas famílias estão desamparadas. 

Indenizações

Segundo a Prefeitura de Janaúba, todos os insumos e medicamentos doados às famílias das vítimas foram repassados, assim como os recursos depositados em uma conta bancária criada especialmente para essa finalidade.

A prefeitura informou, ainda, que repassou à associação dos familiares R$ 250 mil para custear as reformas. O dinheiro que sobrou foi dividido igualmente entre as famílias das vitimas. O município também se responsabilizou pelo pagamento das indenizações, que somaram, até o momento, R$ 1,2 milhão. 

Nova creche

Depois da tragédia, uma nova escola foi construída no mesmo local do prédio incendiado. A nova creche foi inaugurada em 17 de março de 2018 e ganhou o nome de CEMEI Helley de Abreu, em homenagem à professora que conseguiu salvar diversas crianças. 

Ao todo, a instituição atende 45 crianças, entre 1 ano e sete meses e cinco anos de idade, possui 31 funcionários, dentre eles oito professoras. 

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