Justiça concede liberdade a treinador de futebol suspeito de assediar meninos em BH
Apesar de deixar a prisão, Marlúcio Inácio Duarte, de 32 anos, terá que seguir condições rigorosas impostas pela juíza
Minas Gerais|Andréa Silva, da RECORD MINAS
Pouco mais de 24 horas de ser preso pela Polícia Civil em Belo Horizonte, o treinador de futebol de categoria de base, Marlúcio Inácio Duarte, de 32 anos, conseguiu liberdade provisória da Justiça de Minas Gerais. O homem é suspeito de assediar os alunos e sua prisão ocorreu em uma operação policial para o cumprimento de mandado de prisão, no Bairro Santa Cruz, na Região Nordeste da cidade.
A decisão pela soltura ocorreu na audiência de custódia na tarde desta sexta-feira (20), no Fórum Lafayette, em BH. O juiz informou que a decisão foi tomada pela ausência de pedido formal tanto da Polícia Civil quanto do Ministério Público de Minas Gerais na conversão da prisão em flagrante na preventiva.
Medidas cautelares
Apesar da liberdade provisória, Marlúcio está sujeito a várias medidas cautelares. Ele está proibido de entrar em contato com as vítimas, seja de forma presencial ou virtual, e deve manter uma distância mínima de 500 metros da Arena Santa Cruz, onde dava as aulas de futebol. Também não pode frequentar nenhum dos campos ou escolinhas frequentados pelas vítimas.
A Justiça determinou ainda, que treinador está impedido de exercer qualquer função que envolva contato com crianças e adolescentes. Além disso, Marlúcio Duarte deve comparecer mensalmente em juízo nos próximos seis meses para informar e justificar suas atividades. O descumprimento de qualquer uma dessas medidas pode resultar na decretação de sua prisão preventiva.
Investigação
A Polícia Civil identificou quatro menores, entre 13 e 14 anos, que alegam ter sido vítimas do treinador. As acusações indicam que Marlúcio enviava mensagens de cunho sexual aos jovens, oferecendo dinheiro em troca de fotografias íntimas. Valores entre R$ 20 e R$ 50 eram transferidos via PIX para os garotos. Comprovantes dessas transações foram recuperados durante a investigação da Polícia Civil, e Marlúcio admitiu a troca de mensagens, justificando-as como ajuda financeira aos alunos.
A prisão em flagrante do professor de futebol, segundo a PCMG, foi por crimes previstos nos artigos 241-A e 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).