Vale acabará com barragens que usavam método da que rompeu
Presidente da mineradora diz que medida será aplicada a 10 barragens e resultará na redução de 10% da produção de minério de ferro da empresa
Minas Gerais|Alexandre Garcia, do R7
O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, afirmou nesta terça-feira (29) que a mineradora vai devolver ao meio ambiente barragens como a de Brumadinho, que rompeu na última sexta-feira (25), causando ao menos 84 de mortes. Ele avalia que a medida custará R$ 5 bilhões à empresa.
De acordo com Schvartsman, a medida será aplicada a 10 barragens já interditadas da empresa e resultará na redução de 40 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, número que corresponde a 10% da produção anual da companhia.
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"Dependendo da barragem, isso [a devolução dela ao meio ambiente] levará, no mínimo, um ano e, no máximo, três anos”, afirma o presidente da mineradora, que destaca a paralisação da mineração nas proximidades das barragens.
Apesar da decisão Schvartsman garante que laudos de estabilidade e auditorias "colocam as estruturas em perfeita estabilidade". "Resolvemos não aceitar apenas esses laudos e resolver de outra maneira", observa.
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Schvartsman lembrou ainda que a medida faz parte de uma análise feita após a tragédia de Mariana. Na ocasião, um laudo paralisou e tornou inativas 19 barragens, das quais nove já haviam sido devolvidas ao meio ambiente. "Sobraram 10, que estavam em projetos de descomissionamento. No entanto, a decisão da companhia foi que depois do desastre não podemos mais conviver com esse tipo de barragem”, completa ele.
A barragem de Brumadinho, no entanto, não figurava no laudo de 2015. Segundo um parecer emitido em 2018 por um órgão ligado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Minas Gerais, a Vale pretendia manter a exploração da unidade que rompeu pelo menos até 2032.