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Vale: PF pode acionar Interpol para ouvir executivo alemão indiciado

Chris-Peter Meier, que tem cargo de direção na empresa Tüv Süd, que assinou laudo de estabilidade da barragem de Brumadinho que se rompeu em janeiro

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

Lama ainda cobre área que foi atingida pelo rompimento da barragem da Vale
Lama ainda cobre área que foi atingida pelo rompimento da barragem da Vale Márcio Neves / R7

A Polícia Federal cogita acionar a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) para conseguiu um depoimento de um executivo da Tüv Süd que vive na Alemanha, no âmbito das investigações sobre o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, em janeiro deste ano. Conforme a PF, ele se negou a vir até o Brasil para prestar depoimento. 

Chris-Peter Meier, diretor de Negócios e Desenvolvimento da Tüv Süd na Alemanha já foi indiciado pela Polícia Federal em um primeiro inquérito, que pede a condenação dele e outras 12 pessoas por crimes de falsidade ideológica, uso e falsificação de documentos.

Segundo a Polícia Federal, os crimes teriam sido cometidos em três momentos distintos, entre junho e setembro de 2018, para que a barragem tivesse a estabilidade garantida. 

Nesta semana, o nome do executivo também consta em uma lista de 22 pessoas sobre as quais a CPI de Brumadinho na Câmara dos Deputados recomenda que sejam indiciados. 


Chantagem

Conforme revelou o R7, a partir de informações publicadas no livro "Brumadinho: a Engenharia de um Crime", dos jornalistas Murilo Rocha e Lucas Ragazzi, uma troca de 15 e-mails entre funcionários da Tüv Süd revela que a Vale estaria chantageando a empresa.


Pelos diálogos ocorridos em maio de 2018, a mineradora pressionava para que a empresa alemã assinasse a DCE (Declaração de Condição de Estabilidade). Em troca, a mineradora assinaria outros contratos com a empresa alemã. Segundo as investigações, um deles, no valor de R$ 10,5 milhões foi assinado no mesmo mês em que a Tüv Süd atestou a estabilidade da barragem.

Corporação


A mesma troca de e-mails também mostra que funcionários da consultoria tinham dúvidas a respeito da estabilidade da barragem, cujo fator de segurança era 1,09 e o mínimo exigido conforme critérios internacionais, era 1,30.

Reprodução

Em uma mensagem enviada no dia 13 de maio de 2018, o consultor e dirigente da empresa Arsênio Negro Júnior escreve para o coordenador de projetos Makoto Namba que esse caso (a assinatura da DCE) deveria ser decidida institucionalmente pela empresa. "Entendo que o Chris estará no escritório amanhã. Devemos mostrar à ele e pedir para opinar".

Chris, a que se refere Arsênio Negro Júnior na mensagem, é Chris-Peter Meier, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Tüv Süd, na Alemanha. Não se sabe, pela troca de mensagens dos e-mails, se o executivo alemão foi perguntado sobre o assunto e, se sim, qual foi a resposta dada. No entanto, Peter-Meier foi um dos indiciados pela Polícia Federal no primeiro inquérito concluído pela corporação.

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