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Vale tem três dias para realocar indígenas ameaçados em Minas

Cerca de 80 indígenas estão vivendo em uma aldeia na Grande BH e estão sofrendo ameaças de grileiros que andam armados

Minas Gerais|Rodrigo Dias, da RecordTV Minas

A mineradora Vale tem até a próxima segunda-feira (16) para encontrar um lugar seguro para abrigar os indígenas da etnia Pataxó afetados pelo rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, em janeiro de 2019. Depois de deixarem a aldeia onde viviam, agora, eles estão sendo vítimas de ameaças feitas por grileiros que querem a posse da área onde eles vivem atualmente.

Ao todo, 83 índigenas da tribo Pataxó Hã-hã-hãe vivem na Aldeia Katurãma, localizada dentro de uma região conhecida como Mata do Japonês, em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Veja: 'Estamos perto de um massacre', diz indígena ameaçada em Minas

Eles se instalaram no local há cerca de dois meses, depois que o terreno foi doado pela Associação Cultural Nipo-Brasileira. Só que a presença dos índigenas na área incomodou grileiros que passaram a fazer ameaças à tribo, como conta a cacica Angohó Pataxó.


— Eles chegam falando que a terra não é nossa, que eles vão expulsar a gente se não formos embora. No Dia dos Pais, um homem armado com um 38 esteve aqui junto com uma mulher... 

A denúncia sobre as ameaças já foram encaminhadas ao Ministério Público de Minas Gerais à Polícia Federal.


Cerca de 80 indígenas Pataxó estão vivendo em uma área de preservação na Grande BH
Cerca de 80 indígenas Pataxó estão vivendo em uma área de preservação na Grande BH

Atingidos

Os problemas da tribo começaram depois do rompimento da barragem de Brumadinho, em janeiro de 2019. Os índigenas dependiam da água do rio Paraopeba mas, com a contaminação provocada pela lama de rejeitos de minério, eles perderam a principal fonte de subsistência e muitos ficaram doentes, como relembra Angohó.


— A gente viu os peixes morrerem, entramos naquela água contaminada para tentar salvar os bichos, sem luva, bota, no meio daquela contaminação

A tribo foi retirada do local e alojada no bairro Jardim Vitória, na região Nordeste de Belo Horizonte, onde passaram a sofrer com o preconeito.

Para o Ministério Público, os problemas vividos pelos indígenas são responsabilidade da Vale, por causa do rompimento da barragem de Brumadinho. Depois que recebeu as denúncias de que os índigenas estão sendo ameaçados, o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Fernando de Almeida Martins, solicitou à mineradora que eles sejam retirados do local e deu um prazo à empresa para cumprir a determinação.

— Nós recomendamos à Vale que em até 72 horas eles retirem os índios de lá e os realoquem para um local definitivo a ser escolhido pela empresa para que eles sejam tirados dessa situação de extrema vulnerabilidade. 

Outras denúncias sobre as condições dos índigenas também são investigadas, como uma possível contaminação da nascente que eles usavam na Aldeia Katurãma, onde estão alojados atualmente.

A reportagem aguarda um posicionamento da Vale sobre o que a empresa pretende fazer para atender às determinações do procurador de Justiça. 

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