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Vice-governador de MG é preso em operação da PF

A ação combate uma suposta fraude envolvendo doações irregulares de empresa de processamento de proteína animal para diversos políticos

Minas Gerais|Matheus Renato Oliveira*, do R7, com Laura Baraldi, da RecordTV Minas

Antonio Andrade foi ministro da Agricultura entre 2013 e 2014
Antonio Andrade foi ministro da Agricultura entre 2013 e 2014

O vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), os executivos da JBS Joesley Batista, Ricardo Saud e Demilton de Castro foram presos nesta sexta-feira (9) em uma operação conjunta da Receita Federal com a Polícia Federal, nominada Capitu.

Veja também: PF prende Joesley Batista em desdobramento da Lava Jato

A ação tem por objetivo combater uma suposta fraude envolvendo doações irregulares por parte de empresa de processamento de proteína animal para diversos políticos e partidos. Duas grandes redes varejistas do estado de Minas Gerais, por meio de seus controladores e diretores, participaram diretamente desse esquema. Suspeita-se que esta rede, devido ao grande movimento de dinheiro em espécie, utilizou-se deste fluxo para dar ar de licitude a valores doados a partidos e políticos, no período de agosto de 2014 a fevereiro de 2015. O dinheiro era repassado pelas redes varejistas aos partidos e políticos por meio da simulação de recebimento de duplicatas pela grande empresa de processamento de proteína animal e pela transferência financeira a seis escritórios de advocacia por serviços, supostamente não realizados, acobertados por contratos simulados e notas fiscais de tais escritórios.

Com o desenrolar das investigações foi descoberto ainda um esquema de pagamento de vantagens indevidas a altos dirigentes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) por parte da grande empresa do ramo alimentício, com a produção de legislação e atos normativos que beneficiavam a essa grande empresa.


Na ação deflagrada hoje participam mais de 100 auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita Federal. Estão sendo cumpridos 56 mandados de busca e apreensão e 18 prisões. A operação ocorre em cinco estados e no Distrito Federal em 14 cidades, entre elas, Belo Horizonte, Contagem, Nova Lima, Uberaba, São Paulo, João Pessoa, Rio de Janeiro e Araraquara. No estado de São Paulo, estão sendo cumpridas buscas em 14 locais, sendo 10 na capital, 3 em Araraquara e 1 em Cotia, além de seis mandados de prisão. Participam no estado 28 auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita Federal.

As irregularidades podem configurar diversos crimes, entre eles, constituição e participação em organização criminosa, obstrução de justiça, falsificação de documentos, crime contra a ordem tributária, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. As propinas pagas aos agentes públicos e políticos estão estimadas em mais de R$ 22 milhões.

A operacionalização do esquema envolveu agentes públicos, políticos e partidos políticos, além de uma grande empresa do setor alimentício de processamento de carnes, duas grandes redes de supermercados de Minas Gerais e escritórios de advocacia. O aprofundamento das investigações teve como base as delações premiadas de alguns dos investigados. Capitu, o nome da operação, faz alusão a uma suposta traição de Capitu, personagem do livro Dom Casmurro de Machado de Assis.

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