Escolha de líder do PSDB reedita embate entre Aécio e Doria
Movimento de Aécio tem respaldo de caciques que querem conter o avanço de Doria na máquina. "Doristas" temem que deputado contamine sigla
Política|Do R7
Depois de impor uma derrota ao grupo do governador de São Paulo, João Doria, e conseguir em agosto 30 dos 35 votos da Executiva do PSDB contra sua expulsão do partido, o deputado Aécio Neves (MG) articula agora a eleição de um aliado para ser o novo líder tucano na Câmara.
Segundo relatos de parlamentares da sigla, Aécio está pedindo votos para o deputado Celso Sabino (PA), que foi autor do parecer contrário à representação feita pelos diretórios municipal e estadual da legenda, em São Paulo, que reivindicava a exclusão do ex-governador de Minas Gerais dos quadros do PSDB.
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A eleição da liderança será nesta quarta-feira (4) em Brasília e a bancada de 32 deputados está dividida. Dos cinco deputados de São Paulo (que são ligados a Doria), por exemplo, quatro apoiam o deputado Beto Pereira (MS). Apenas Bruna Furlan, que é próxima a Aécio, está ao lado de Sabino.
"Beto é um brilhante deputado e vai consolidar a maioria para liderar a bancada. Ter Doria como aliado colabora muito nesse processo", disse o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, que é aliado do governador e integra a Executiva nacional tucana.
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O movimento de Aécio tem o respaldo de parlamentares e caciques que querem conter o avanço de Doria na máquina partidária. Por outro lado, os "doristas" temem que o deputado mineiro contamine a sigla nas eleições municipais.
Ex-governador de Minas Gerais, ex-senador e candidato derrotado do PSDB à Presidência em 2014, Aécio é réu por corrupção e obstrução da Justiça - foi acusado de receber propina no valor de R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, do grupo J&F. O caso afastou o deputados dos holofotes, mas ele ainda cultiva uma relação próxima com a bancada. Boa parte dos deputados eleitos em 2018 contou com sua ajuda.
"Existe um grupo que Celso Sabino está comandado, do qual o Aécio faz parte, mas não vejo isso como anormal", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o deputado Beto Pereira. Procurado, Sabino não foi localizado até a publicação desta matéria. Aécio não quis comentar.
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Pereira disse, porém, que a escolha do líder é uma decisão "interna" e que não há interferência do governador paulista. Procurado, Doria disse apenas que o Executivo "não interfere no Legislativo".
Pressão
A disputa pela liderança do partido na Câmara ocorre às vésperas do congresso nacional do PSDB, marcado para sábado, dia 7, em Brasília.
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Aliados de Doria contam que detectaram uma articulação nos Estados para mobilizar militantes para vaiar o governador. Em resposta, os diretórios do PSDB da capital e de São Bernardo do Campo orçaram o aluguel de 13 ônibus e uma escola de samba para blindar o tucano. O caso chegou à Executiva da legenda, que tenta um acordo.