Justiça liberta jovem suspeita de hackear celular de Moro
A Quarta Turma julgou, em 1° de outubro, o habeas corpus impetrado pela defesa de Suelen Priscila de Oliveira, presa desde 23 de julho em ação da PF
Política|Plinio Aguiar e Márcio Neves, do R7
A Justiça Federal da 1ª Região determinou, nesta quarta-feira (2), que Suelen Priscila de Oliveira, presa desde o dia 23 de julho, responda em liberdade à investigação em que é posta como suspeita de hackear o celular do ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro.
A Quarta Turma julgou, no dia 1° de outubro, o habeas corpus impetrado pela defesa de Suelen. Na decisão, o desembargador federal Cândido Ribeiro concedeu a ordem para determinar a expedição do alvará de soltura, a fim de que a suspeita possa responder ao inquérito em liberdade.
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Para isso, Suelen deverá atualizar endereço, telefone e demais informações de onde possa ser localizada e entregar o passaporte caso o tenha. O desembargador proibiu, em decisão, que a suspeita tenha contato com os demais investigados, direta ou indiretamente, até o fim da investigação ou decisão judicial, além de recolher-se em sua residência durante a semana das 20h às 6h, bem como aos finais de semana e feriados.
Suelen esteve detida na Penitenciária Feminina do Distrito Federal e, nesta quinta-feira (3), deve seguir para São Paulo.
O preso Gustavo Henrique Elias, conhecido como o DJ de Araraquara e companheiro de Suelen, também pediu a validação de seu habeas corpus, mas foi negado pela Justiça.
Prisão
A prisão de Suelen ocorreu no dia 23 de julho, durante a operação Spoofing, que investiga a invasão de celulares de pelo menos mil pessoas, entre elas autoridades como o presidente Jair Bolsonaro (PSL), o ministro Moro e procuradores da Operação Lava Jato, inclusive Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa. Foram presos também, na ocasião, Gustavo Henrique Santos, o DJ de Araraquara, Danilo Cristiano Marques e Walter Delgatti Neto, o "Vermelho".
Durante a segunda fase da Spoofing, a Polícia Federal prendeu o programador de computadores Thiago Martins, o “chiclete”, e Luiz Molição. Cerca de 30 policiais federais participaram das ações realizando ainda buscas em quatro imóveis ligados aos investigados. As ordens foram cumpridas em São Paulo, Sertãozinho (SP) e Brasília.
A PF tem focado em desvendar se houve pagamento para a obtenção e compartilhamento de mensagens por parte dos hackers. No fim de agosto, novas medidas foram pedidas relacionadas à apuração de fraudes bancárias.
*Com informações da Agência Estado