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Acordo Mercosul-UE: adiamento gera frustração, mas indústria mantém otimismo

Apesar da postergação, CNI acredita na assinatura em janeiro; para o setor, tratado é oportunidade de integrar Brasil a um dos maiores mercados do mundo

Além das Embaixadas|Natalie MachadoOpens in new window

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Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria Confederação Nacional da Indústria

Após mais de 25 anos de negociações, a expectativa da indústria era de que o acordo de livre comércio entre Mercosul-União Europeia fosse formalizado na 67ª Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul.

No entanto, a falta de consenso entre os países europeus resultou no adiamento da assinatura, um revés que gerou preocupação na Confederação Nacional da Indústria (CNI).


Apesar disso, a CNI e o setor industrial mantêm a esperança e acreditam que o diálogo prevalecerá. A expectativa é que as condições políticas necessárias para a conclusão do tratado sejam construídas até o início do próximo ano.

“Adiar a assinatura do acordo neste momento é motivo de frustração, especialmente diante do longo histórico de negociações, mas esperamos que o empenho em firmar essa parceria seja mantido para que o processo seja concluído o quanto antes, em benefício de uma integração econômica do Mercosul com a União Europeia”, avalia o presidente da CNI, Ricardo Alban.


Apesar da situação, a CNI espera que o empenho em fechar o Acordo Mercosul-UE seja mantido, consolidando uma relação econômica que já é sólida e madura.

Em entrevista no programa Bom dia, Ministro, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, lamentou o não fechamento do acordo com a UE. “Não há mais o que negociar. Vamos direcionar nossas energias a outros parceiros que temos em vista”, disse. Agora, a mira está em novos parceiros comerciais, com interesse já demonstrado. Cadaná e Reino Unido, por exemplo.


Mauro Vieira diz que UE e Mercosul têm última chance para acordo Notícias ao Minuto

No encontro que ocorre em Foz do Iguaçu, governo brasileiro vai mostrar em relatório acordos comerciais do Mercosul fechados com outros blocos econômicos. Um deles, o EFTA. Ele é o concorrente da união europeia e promove o livre comércio e a integração econômica entre Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.

Para se ter ideia, são mais de 270 milhões de consumidores no Mercosul. Em 2024, a Suíça exportou bens que somam mais de 4 bilhões de francos suíços para a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai, um aumento de 32% em relação a 2014.


Com o acordo, quase 95% das exportações suíças para os países do Mercosul ficarão totalmente isentas de impostos, após o término dos prazos de redução tarifária. O que permitirá garantir uma economia de até 180 milhões de francos suíços por ano, mais de um bilhão e 200 milhões de reais.

Juntas, as economias do Mercosul e do bloco europeu somam mais de US$ 4 trilhões.

Oportunidade Estratégica para o Brasil

O texto negociado é considerado um equilíbrio sólido entre interesses econômicos, sociais e ambientais de ambos os blocos. Para a indústria brasileira, o Acordo Mercosul-UE representa uma porta para:

  • Ampliar a Inserção Internacional: Integrar o Brasil a um dos maiores mercados do mundo.
  • Atrair Investimentos: Criar um ambiente de negócios mais previsível e alinhado com as melhores práticas internacionais, estimulando o aporte de capital estrangeiro.
  • Fortalecer a Competitividade e a Produtividade: Facilitar o acesso a insumos, tecnologias e bens de maior valor agregado da UE.

Impacto Econômico e a Importância da Parceria

Os números mostram a relevância dessa relação:

  • Parceiro Central: Em 2024, a União Europeia foi o segundo principal parceiro comercial do Brasil, respondendo por 14,3% das exportações e 17,9% das importações.
  • Motor de Emprego: Em 2024, a cada R$ 1 bilhão exportado para a UE, foram criados 21,8 mil empregos e movimentados R$ 441,7 milhões em massa salarial.
  • Investimento Estrangeiro: A UE é o principal investidor estrangeiro no Brasil, com um estoque de US$ 321,4 bilhões em 2023.

Além dos benefícios comerciais, o acordo traz regras modernas em áreas cruciais como desenvolvimento sustentável, propriedade intelectual e facilitação de comércio, além de prever cooperação científica e tecnológica em P&D em áreas de fronteira (como captura de carbono e minerais críticos).

Agenda ativa de inserção internacional

Diante do adiamento, a CNI, que atua na defesa do acordo por meio da Coalizão Empresarial Brasileira (CEB), reforça a necessidade de o Brasil manter uma agenda ativa e pragmática de inserção internacional.

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