Lula e Macron se encontram fora da assembleia da ONU, em NY

Enquanto ocorria a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, os presidentes do Brasil e da França, Lula e Macron, tiveram um encontro reservado. Abordaram temas de interesse mútuo, com destaque para uma questão, em especial, que não fez parte do discurso de 20 minutos do presidente brasileiro, na ONU: Venezuela.

De acordo com a mensagem do Palácio do Élysée, o encontro teria dado continuidade ao assunto tratado em ligação telefônica, no dia 4 de agosto. Emmanuel Macron parabenizou a função mediadora do Brasil em conflitos geopolíticos atuais e falou sobre a necessidade da retomada de diálogo das autoridades venezuelanas. O que não tem ocorrido.

Nas redes sociais, mais uma vez, o presidente Lula não tocou no assunto. Preferiu o silêncio. Disse que a reunião tratou sobre a cooperação entre os dois países nos quesitos industrial e defesa. Os 200 anos, em 2025, de relação diplomática entre os dois países, além da questão da necessidade de visto na fronteira entre Brasil e Guiana Francesa.

O que soa contraditório. A União Europeia critica, duramente, ditaduras — e não esconde isso. Os países membros não veem com bons olhos a possível participação de Vladimir Putin no G20, em novembro, no Rio de Janeiro. Diplomatas preferem não comentar o assunto. Apenas se olham e preferem esperar o momento para, caso seja necessário, comentar o assunto.

Leia, na íntegra, o comunicado da presidência francesa:

Mensagem do Palácio do Élysée — Encontro Lula - Macron

“O presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, se reuniu com o presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira (24/09), paralelamente à Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque.

Os dois presidentes fizeram primeiramente um acompanhamento da implementação do novo plano de ação da parceria estratégica França-Brasil que foi assinado em Brasília em 28 de março, por ocasião da visita de Estado do presidente da República Francesa ao Brasil. Abordaram, nesse contexto, questões relativas à cooperação na área da defesa, à cooperação transfronteiriça e aos intercâmbios culturais. Eles também reafirmaram seu compromisso com a organização do Ano França-Brasil, que será realizado em 2025 nos dois países.

Em um momento em que o Brasil se prepara para sediar a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro em novembro, e a COP30 em Belém em 2025, esse encontro foi uma ocasião para que os dois líderes expusessem sua visão comum sobre os grandes desafios globais, especialmente no que se refere às questões ambientais e à luta contra a pobreza. O chefe de Estado francês manifestou seu apoio à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza liderada pelo Brasil, a qual está totalmente alinhada com o Pacto de Paris para os Povos e o Planeta - os cerca de 60 países signatários do Pacto trabalham para conciliar a luta contra a pobreza com a proteção do planeta.

Os dois presidentes discutiram, por fim, a situação na Venezuela, dando continuidade à sua conversa telefônica do último dia 4 de agosto. O presidente da República Francesa saudou os esforços de mediação envidados pelo presidente da República do Brasil para ajudar a resolver a crise. Reiterou que é imperativo que as autoridades venezuelanas retomem o caminho do diálogo para garantir o respeito à vontade do povo venezuelano.”