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A velha imprensa não tem espaço para notícia boa

O jornalismo de velório é filhote da pandemia

Augusto Nunes|Do R7 e Augusto Nunes

Efeito colateral da pandemia de coronavírus, o jornalismo de velório tornou-se epidêmico. Seis exemplos colhidos nas edições desta quarta-feira, 10 de junho:

1. O número de óbitos diários na cidade de São Paulo, maior epicentro da pandemia de coronavirus, vem caíndo há uma semana. A Folha preferiu destacar o ligeiro aumento de mortes no interior paulista;

2. Nos últimos sete dias, o vírus chinês perdeu força em todos os grandes focos de covid-19. O Estadão preferiu destacar o restabelecimento da quarentena em alguns municípios;

3. Nos países europeus, a curva dos óbitos é desenhada pelo número de mortes ocorridas a cada 24 horas. A Folha e o Estadão preferem contabilizar as notificações, que frequentemente somam mortes consumadas na véspera às ocorridas vários dias antes;

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4. No latifúndio de papel reservado à pandemia cabem todas as notícias, desde que não sejam boas. Recordes negativos são manchete obrigatória. Pelo andar da carruagem, o fim da pandemia não vai conseguir mais que cinco centímetros numa página interna;

5. O aumento no número de testes eleva necessariamente o total de novos infectados. Os dois jornais debitam a dança das cifras exclusivamente ao abrandamento da quarentena;

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6. Se o isolamento social é a solução para tudo, a Folha e o Estadão precisam explicar por que a curva de óbitos continuou ascendente desde a chegada do coronavírus.

A anemia da imprensa escrita é debitada por seus comandantes na conta da expansão das mídias digitais. Tal álibi os dispensa de calcular a multidão de leitores que debandaram para manter distância da desinformação terrorista.

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