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Atiraram no Brasil, acertaram a Índia

Os videntes erraram o epicentro da pandemia por milhares de quilômetros

Augusto Nunes|Do R7

Quase 4.000 mortes e mais de 400.000 novos casos confirmados por dia, cremações incessantes, cadáveres sem sepultura, doentes à espera de leitos de UTI que já não há no sistema hospitalar em colapso, poucos médicos e enfermeiros para tanta gente infectada, uma população cansada de medidas de isolamento e agora avessa até ao distanciamento social, a economia em queda e a desesperança em alta, além de um chefe de governo à deriva. Seria esse o cenário nacional caso fossem concretizadas as previsões feitas em março por videntes loucos por lockdowns. Erraram por 14.472 quilômetros: quem está assim é a Índia.

Claro que a paisagem brasileira continua preocupante. Claro que os estragos provocados pelo coronavírus alcançaram dimensões perturbadoras. Claro que houve mortes demais. Mas o Brasil nunca foi o “epicentro da epidemia”, expressão adotada por boa parte da imprensa para reduzir o território nacional a uma gigantesca usina de contaminações capaz de implodir a saúde do planeta.

O Brasil nunca esteve abaixo do 10º lugar no ranking das nações com maior número de óbitos por 100.000 habitantes ou em em relação à população.

Epicentro da pandemia, insista-se, é a Índia. Mas jornalistas portadores de miopia seletiva se recusam a descrever o que está acontecendo no segundo país mais populoso do mundo. O essencial é assustar os nativos do País do Carnaval. Fica estabecido, portanto, que a Índia é muito longe.

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