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Augusto Nunes

Maia e Alcolumbre: muito palavrório e pouca ação

Os chefes do Congresso deveriam usar o coronavírus para provar que o Congresso aprendeu a gastar

Augusto Nunes|Do R7 e Augusto Nunes

Que sejam entregues à guerra contra o coronavírus os 2 bilhões do fundo eleitoral - Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
Que sejam entregues à guerra contra o coronavírus os 2 bilhões do fundo eleitoral - Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

O deputado Rodrigo Maia e o senador Davi Alcolumbre se compartilharam um ataque de nervos depois de confrontados com imagens de Jair Bolsonaro apertando as mãos de manifestantes na entrada do Palácio do Planalto. “Foi um atentado à saúde pública", indignou-se o presidente da Câmara. “É inconsequente estimular a aglomeração de pessoas nas ruas", concordou o presidente do Senado.

"O presidente da República deveria estar no palácio coordenando um gabinete de crise para dar respostas e soluções para o país", ensinou Maia. Alcolumbre endossou a lição: “A gravidade da crise exige que todos sejam responsáveis, inclusive o presidente da República”. Maia encerrou a apresentação da dupla com um recado à nação: "Somos maduros o suficiente para agir com o bom senso que o momento pede".

É verdade que Bolsonaro deu um mau exemplo ao confraternizar com seus partidários. Às vésperas de um segundo exame de saúde, ele ignorou ostensivamente recomendações do ministro da Saúde que escolheu. Mas o Congresso, segundo a dupla de líderes, está aí para salvar a nação.

Por que Maia e um Alcolumbre não passam imediatamente da palavra à ação? Na internet, milhares de brasileiros já encamparam a exigência: que sejam entregues à guerra contra o coronavírus os 2 bilhões do fundo eleitoral. É pouco. Há também os 15 bilhões do orçamento impositivo cuja gerência os parlamentares confiscaram do Poder Executivo.

Deputados e senadores se proclamam representantes do povo. Se é assim, devem cumprir a ordem dos representados: apliquem essa fortuna no combate à pandemia.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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