411 E: o mais moderno dos VW a ar se despedia há 50 anos
Type 4 abriu o caminho para muitas mudanças nos carros da marca e foi importante ao estrear injeção eletrônica
A Volkswagen vinha se movimentando mais rápido nos anos 1960 para renovar a consagrada linha do Fusca e da Kombi e passou a trabalhar em outros projetos derivados. Eram sedãs, peruas e hatchbacks com motor traseiro refrigerado a ar. Essa era se encerrou em 1974 quando a linha do 411 saiu de linha, abrindo caminho para o Golf e também o Passat que já haviam estreado na Alemanha. Mas porque o 411 foi importante?
Ele foi o último passo da marca para o fim dos motores refrigerados a ar em automóveis. A estreia da família Type 4 ou 411 ocorreu em 1968. Eram carros de conceito mais moderno de carroceria que era do tipo monobloco, suspensão independente e um estilo europeu mais limpo com duplos faróis, embreagem com acionamento hidráulico e outras novidades.
Os pedais já eram suspensos, a parte interna dos carros mais espaçosa e o acabamento melhor usando plástico e superfícies deformáveis em caso de colisão. Na versão hatchback de quatro portas e na Variant, a perua da VW, o 411 estreou com muita pompa em 1968.
No entanto, tantas inovações se refletiam no preço e as vendas não deslancharam. Já havia carros mais modernos na época e o público não queria mais o motor boxer refrigerado a ar e já tinha mudado de marca. Problemas de qualidade na montagem, na embreagem do carro e dificuldades com fornecedores fizeram a Volkswagen reduzir o ritmo de produção na virada para 1970.
O motor era um 1700cc similar ao que teria no nosso Volkswagen SP2 com 68cv. Era exatamente um 1679cc com carburação dupla de bom desempenho em um carro leve, mas em breve a marca lançaria uma carta na manga.
O Volkswagen 411 ganharia o “E” ao lado do código e teria um sistema inédito de injeção eletrônica Einspritzung Bosch D Jetronics do tipo mecânica. E assim a potência declarada do 411 E subia de 68 para nada menos que 80cv e alguns anos depois o motor 1700cc seria trocado por um 1800cc, o máximo possível dentro de um motor boxer para a época.
O desenho atualizado de 1972 serviu de inspiração para os designers brasileiros lançarem projetos como o Brasilia que deu muito certo por aqui. Na Europa a produção do 411 E chegou a pouco mais de 300.000 unidades o que ainda era pouco e ele abriu caminho para a chegada de modelos mais modernos como o Passat e o Golf no mesmo ano que o Fusca deixou de ser produzido em série para ser apenas um carro de perfil mais esportivo em versão conversível.
No total foram 367.728 Typ 4 produzidos, sendo pouco mais de 116 mil nos Estados Unidos onde eles tinham câmbio automático, mas eram carros de entrada, pois o norte-americano gosta mesmo de modelos maiores e bem mais potentes, especialmente nesta época.
O carro que ilustra essa reportagem pertence ao acervo da ZN Garage e foi fabricado na Alemanha, porém provavelmente comercializado nos Estados Unidos, de onde foi exportado para o Brasil anos depois.