Modelo elétrico mais vendido da marca o Renault Zoe tem preços altos para o nosso padrão. Depois de um primeiro contato com a novidade o R7-Autos Carros testou o Renault Zoe por uma semana rodando 500km com o modelo elétrico. Será que o aumento de potência e de autonomia fazem o compacto ser viável em um país ainda hostil com modelos elétricos?
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Fomos às ruas para rodar com o Zoe na cidade e na estrada. Agora o modelo da Renault está mais potente pois saiu de 92cv para 135cv e 25kgfm de torque, teve autonomia ampliada para até 385km graças ao novo kit de baterias “Z.E 50” de 52 kWh, e tem tempo de recarga reduzido o que resulta em até 150km de autonomia com 30 minutos de abastecimento. Mas esse tempo reduzido é somente para eletropostos de alta voltagem pois em carregadores residenciais comuns nada muda e o tempo aproximado para recarregar o veículo é de 8 horas.
Assim, com conjunto aprimorado a potência do Zoe sobra para o pequeno Renault elétrico. Ele tem estilo arredondado e mais próximo dos modelos europeus e assim chama a atenção entre os carros nacionais. "O Sandero tinha que ser assim", disse um transeunte. Outro, observava o carro em que estava estacionado e dizia "Dá para ver que ele é bem montado e acho que a Renault devia ter esse capricho com os nossos carros", disse outro.
Fabricado na França o Zoe traz a elegância dos modelos do velho mundo. Com amplo espaço interno, sua convivência é tranquila com seus 4,08m de comprimento e 2,59m de entre-eixos. O porta-malas tem 383 litros. Com carroceria mais alta, ele comporta qualquer perfil de motorista. E os trata muito bem. O plástico rígido só está presente no acabamento lateral das portas enquanto bancos, botões e outros nichos parecem muito bem construídos.
Sempre "disposto", os 25kgfm de torque em um carro compacto aparecem desde cedo. Na estrada ele mantém estabilidade e firmeza mas faltam alguns itens que seus concorrentes elétricos trazem: alerta de ponto cego e controle de cruzeiro adaptativo são dois exemplos.O Zoe E-Tech Intense avaliado traz itens como controle de tração e estabilidade, quatro airbags, ar-condicionado digital, chave presencial (formato de cartão) com partida por botão, volante com ajuste de altura e profundidade, computador de bordo e cluster de 10 polegadas, central multimídia com tela de 7 polegadas e sistema Apple CarPlay e Android Auto. Apesar disso, o sistema exige fio para conexão com o celular e poderia ter tela maior e uma câmera de ré de alta resolução.
O Zoe se comportou muito bem ao longo de uma semana. A suspensão é voltada ao conforto mas em valetas e buracos a frente "raspa" com facilidade e se nota que o peso das bateriais está bem abaixo do carro. O consumo prometido pela Renault ficou bem próximo do real uma vez que ele percorreu os primeiros 350km até acusar pouca energia disponível, quando foi recarregado na oficina Napa´s em São Bernardo do Campo, em um eletroposto ao longo de 1 hora o que lhe rendeu mais 100km de autonomia. Depois, em casa, foi conectado ao wallbox para cumprir o recarregamento total.
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Curiosamente a Renault nao oferece o cabo ao vender o Zoe para um comprador comum. A marca direciona sua comunicação para o cliente corporativo e não pessoa física. Assim, para comprá-lo, além dos R$ 219 mil cobrados pela versão Intense é preciso adquirir ainda um wallbox e instalar em casa (custo entre R$ 6 e R$ 8 mil) para não ficar refém dos eletropostos e pontos de carregamentos públicos que, por hora, são gratuitos. Assim, o Renault Zoe é como um iPhone 12 que fica devendo uma fonte para carregá-lo.