[Avaliação] 500km a bordo do Caoa Chery Tiggo 5X
Andamos com o carro que vem preocupando a concorrência em 2019: conjunto mecânico é adequado mas suspensão poderia ser mais macia
Autos Carros|Marcos Camargo Jr
A Caoa-Chery vem repetindo a fórmula aplicada desde a década de 1990 quando trouxe a marca Hyundai para o país. Cercada de preconceito conquistou seu lugar inclusive posicionada como carro premium, algo que de fato não é fora do Brasil. Mas é certo que o grupo Caoa tem sido bem sucedido da empreitada com a gigante chinesa Chery. O Tiggo 5X é o modelo intermediário com porte de SUV médio e preço atrativo diante dos concorrentes que o R7 Autos Carros avaliou.
Espaço e motor
Se o visual não agrada todo mundo com seus faróis destacados e a grade que ostenta grande logo da marca, o porte com 4,33m de comprimento e 1,82m de largura com 2,63m de entre-eixos sugere que ele seja espaçoso. E de fato há conforto nos bancos e a sensação de qualidade da montagem é o que impressiona. O Tiggo 5X não fica devendo nada para os seus concorrentes.
O motor 1.5 turbo de até 150cv é esperto e abaixo das 2.000rpm é imperceptível em termos de ruído. O câmbio automatizado de seis marchas Getrag acompanha a dosagem do acelerador adiando ou acelerando as trocas. Mas ele só tem dois modos de condução: Eco, equivalente ao normal e o Sport onde a relação de câmbio muda mas a suspensão é a mesma. Aliás, calibrada para o conforto se mostra as vezes dura ao passar por buracos e valetas. Ainda assim é precisa e com mínimo de flutuação.
O Tiggo 5X vem bem equipado com multimídia de 9 polegadas, som de boa qualidade mas comandos e cores em excesso. Ainda assim há quatro entradas USB e saída de ar para o banco traseiro que poucos SUVs desse preço tem. Com Android Auto e Apple Car Play além de iCloud Drive, a conexão conta ainda com bluetooth e entrada por cabo, todos de conexão muito rápida. Em termos de segurança tem quatro airbags, freios a disco nas quatro rodas e antitravamento, controle de estabilidade e distribuidor de frenagem além de sistema Isofix.
No entanto, alguns itens poderiam ser melhor tropicalizados. O ajuste de temperatura do ar é feito com botões e na tela mas não há precisão em graus celsius, apenas uma escala vertical inspirada nos termômetros antigos. Também não há modo automático, coisa que qualquer ar digital tem. No volante o volume tem comandos invertidos e como detalhe faltou uma superfície emborrachada no porta objetos do console.
Vale a pena?
Rodamos cerca de 400km com o Tiggo 5X mas em trechos exclusivamente urbanos. A média de consumo ficou em 5,7km por litro com etanol, o que é mediano, considerando um motor turbo. O preço das revisões até 60.000km é de R$ 3.391,00, valor equivalente ao de um carro compacto o que é outra vantagem.
Mesmo com uma lista extensa de concorrentes que vai desde Jeep Renegade, Honda HR-V, Peugeot 2008 e Cactus (com motor aspirado), Hyundai Creta e os turbinados como Chevrolet Tracker, Volkswagen T-Cross, Citroen C4 Cactus e Peugeot 2008 (com THP) além do Suzuki S-Cross é interessante. Quando comparado com as versões topo dos líderes, os R$ 86,9 mil do Tiggo 5X chegam a representar R$ 25 mil de economia.
O Tiggo 5X tem avançado sobre modelos médios nas versões de entrada como Jeep Compass, Volkswagen Tiguan e Peugeot 3008, mostrando nas vendas que a Caoa-Chery não trouxe mais um produto e sim um concorrente à altura dos demais em um disputado segmento.
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