[Avaliação] 500km com o Onix Plus: a fórmula do líder
Avaliamos a versão topo de linha da nova geração do Onix Plus no pacote Premier
Autos Carros|Marcos Camargo Jr
Em menos de 30 dias à venda no mercado a própria GM ficou surpresa com a boa aceitação da nova geração do Onix, tanto que dobrou a capacidade de produção da versão sedã para 10.000 unidades por mês. Desta vez avaliamos a novidade por uma semana rodando 500km com o sedã que só tem no nome a herança com o antigo carro pois plataforma e motores são totalmente novos.
Teste nas ruas
Apesar de até o momento ser comercializada somente a versão três volumes, a hatch, que será a mais vendida, chegará às lojas em novembro. O R7 levou as ruas a novidade da GM que promete seguir na liderança entre os carros mais vendidos. A versão testada foi a Premiere l, que tem preços a partir de R$ 73.190.
Antes de começarmos a falar sobre o Onix Plus, é bom "resetar" as informações sobre o carro. Trata-se de um outro automóvel por dentro, por fora e ao volante. Dentro do universo automotivo, o carro é chamado de mini-Cruze. É importante lembrar: não se trata de um facelift e sim de uma nova geração.
O carro agora é mais largo (1730mm) e 200mm mais comprido (4470mm) que a versão anterior e com entre eixos de 2600mm. Ao ligar o motor pelo botão de partida, os passageiros são surpreendidos pelo silêncio, embora a vibração mostre que estamos em um carro com motor três cilindros. Essa sensação é válida somente com o carro parado e o isolamento é bom presente sob o capô e na parede corta-fogo. O novo propulsor é suave em funcionamento.
Design
O Onix Plus é o primeiro produto da nova plataforma GEM (Global Emerging Markets) que estreia uma nova identidade visual. A grade hexagonal preta cortada pela moldura cromada e o emblema da marca. Os faróis são mais afilados com luzes diurnas em LED. A lateral tem linha ascendente e a traseira parece mais larga abrigando as lanternas com um chanfro que se estendem até a tampa do porta-malas. Aí está a herança do sedã médio Cruze e que caiu bem ao novo integrante da família. Por onde rodamos, o carro arrancou só elogios. Foi unânime.
Como anda
O carro agora recebeu o motor 1.0 três cilindros turbo de 116cv derivado da Opel mas sem requintes como injeção direta e eixo contra rotante que atenua vibração. Em seu lugar tem volante de dupla massa para compensar o balanço. Os 16,8kgfm de torque são perceptíveis já aos 2.000rpm e só em 4.000rpm se nota o motor funcionando. O câmbio neste caso é o já conhecido automático de seis marchas, com opção de controle manual por botão na alavanca, sem shift-paddle.
A média de consumo porém, ficou muito distante do prometido. Rodando com gasolina, a média chegou a 10,5km/l na melhor média e 9,7km/l na pior. Já na estrada o máximo que conseguimos alcançar foi 10,7km/l, rodando sempre com gasolina. Na primeira matéria que fizemos com o carro, na estrada, chegamos a 16,7km/l. Oficialmente a GM informaque em trechos urbanos o carro tem consumo médio de 12km/l e em estradas 15,7km/l.
O controle de estabilidade e tração se fazem presentes em curvas, ou pequenos declives e situações de falta de aderência, o que se torna mais um ponto positivo para o Onix Plus evoluindo também em segurança. O ponto negativo fica por conta da rolagem dos pneus, que ainda são evidentes para os passageiros do veículo, especialmente quem viaja atrás. O porta-malas tem 469 litros, 50 a menos que a geração antiga.
Mantendo a fórmula do segmento, o Onix Plus tem suspensão McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira. Quem está acostumado com antigos produtos da GM pode até estranhar. O carro está muito mais preciso mas o curso da suspensão agora está mais reduzido. Assim ele sente mais buracos e valetas, mas entrega mais estabilidade.
Itens de série
A versão Premiere traz o alerta de ponto cego, item único no segmento e que ajuda no tráfego de hoje com tantas motos andando pelas cidades. Além disso vem com sensor dianteiro e traseiro, câmera de ré, carregador wireless no porta objetos, ar digital, farol do tipo projetor com luzes em LED e acendimento automático. Para tantos equipamentos só faltou sensor de chuva. O Onix Plus ainda é equipado com seis air-bags somando as bolsas frontais, laterais e de cortina. Tanto que já recebeu cinco estrelas no teste de colisão do Latin NCAP.
Por dentro
Em termos de espaço nota-se que o painel ficou mais baixo e quem viaja atrás fica mais à vontade. O destaque fica por conta da central multimídia MyLink com tela de 7 polegadas agora é do tipo flutuante e continua conectada com sistema OnStar, Android Auto e Apple Car Play. A GM chama a solução de “conectividade nível 4”, que inclui internet 4G com Wi-Fi a bordo, solução que estreou no Cruze. Outro destaque é que agora os bancos são inteiriços, o que ajuda no peso do carro e também auxilia no design mais esportivo. Eles ganharam ajuste de altura para o motorista assim como direção também ajustável em altura e profundidade. O cinto do motorista é ajustável em altura mas e o terceiro cinto do passageiro que viaja atrás também é de três pontos.
O perfil do acabamento aliás é o mesmo do Onix anterior, inclusive a textura dos plásticos, que agora parecem mais precisamente montados. O resultado é muito bom.
Conclusão
Para quem procura um carro com visual atualizado e não abre mão de economia e conectividade, vai encontrar no Onix uma boa opção. Atualmente os concorrentes comercializam veículos com tecnologias semelhantes, mas o Onix ainda tem alguns itens de série a mais como o sensor dianteiro de estacionamento, a internet com wi-fi e itens como sensor de pontos cegos, algo único para o segmento. Também pesa a favor o fato do Onix Plus Premier custar R$ 73 mil, muito menos que seus concorrentes.
Atualmente seus principais competidores são o Volkswagen Virtus 200TSi Highline que custa R$ 84,3 mil, o Toyota Yaris 1.5 XLS CVT sai por R$ 79,9 mil, Honda City 1.5 EXL 1.5 CVT sai por R$ 85,4 mil e o Cronos HGT tem preço de R$ 78,4 mil. Dificilmente o Onix Plus perderá o trono herdado do Prisma. Foi aprimorado em tudo e está mais equipado (e mais barato) que os rivais. Resta ver como a concorrência reagirá ao movimento da Chevrolet.
*Com a colaboração de Guilherme Magna
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.